Revista Rua


Linguagem, tecnologia, conhecimento e suas relações no contexto de formação continuada de professores
(Language, Technology, Knowledge and their Relations at Teachers Continuing Education)

Fernanda Freire

relacionadas à infra-estrutura usada pelos cursitas (linha discada, computadores mais antigos etc.).
E o que se faz, então? As sessões são agendadas, mas a participação é livre. Funcionam como se fossem “plantões de dúvida”: os professores em formação entram na sala e fazem perguntas de diferentes tipos ao formador que está online.
Outras vezes, inspirados no formato do Programa Roda Viva da TV Cultura, propomos uma sessão diferente. Isso aconteceu, por exemplo, quando oferecemos uma Oficina de Trabalho para professores de Instituições de Ensino Superior que são parceiras do CEFIEL. Neste caso, como são poucos participantes e cada um deles atua em uma área específica, imaginamos que essa seria uma maneira diferente de sabermos mais a respeito do trabalho de cada um. Como todos conheciam o programa não foi difícil seguir as regras que regulam as interações que se dão no Roda Viva. Assim, foram estipulados os papéis de entrevistado, moderador e entrevistador. Esse modo de usar o Bate-papo contribui para diminuir o fluxo simultâneo de mensagens e ajuda na organização dos turnos.
Os estudos de Oeiras, no entanto, seguem em outra direção (OEIRAS, 2005; OEIRAS et al., 2005). A autora apresenta o Bate-papo coordenado[14], cujo desenvolvimento se baseia na análise do modo como a linguagem funciona em certas práticas sociais (certos gêneros discursivos – cf. BAKHTIN, 1997) – assembléia, entrevista, seminário, conversa informal – e propõe um redesign da interface do Bate-papo “convencional” de modo a explicitar as regras de conduta que orientam tais práticas, como mostra a Figura 7:
 


[14] Em uma sessão coordenada existem 3 papéis: coordenador, VIPs e platéia. O papel de coordenador é atribuído a uma única pessoa que fará o gerenciamento da sessão. Os VIPs são pessoas com privilégios especiais e a platéia é formada pelos demais participantes. No momento do agendamento de uma sessão é obrigatória a especificação do coordenador e das pessoas que farão parte da platéia (OEIRAS et al., 2005).