Revista Rua


Reescrevendo espaços: VRBS e natureza nas Silvae
Rewriting Spaces: VRBS and nature in the Silvae

Leni Ribeiro Leite

da época, também o aproxima dos amici maiores, dentre os quais o mais importante é sempre o imperador.
As Siluae são e não são um elemento do espaço urbanizado romano. Ao trabalhar a antítese campo x cidade – o que, principalmente no período imperial é uma árdua tarefa, uma vez que ecoa a perigosa antítese público x privado – Estácio retrabalha e ressignifica gêneros seus predecessores – tais como a lírica horaciana, a elegia ovidiana e o epitalâmio de origem grega – mas de forma a estilhaçar as diferenças claras entre rus e urbs. Seus poemas falam de um espaço natural urbanizado, moldado pelo homem, em que as fontes manam água tépida dentro das casas, para premiar a virtude de seus possuidores; e de um espaço urbano naturalizado, em que as pedras são como relva e em que o deus do rio faz surgir espontaneamente das águas um trecho de estrada de mármore (IV.3.95-96). Ao ressignificar esses elementos, Estácio anuncia a sua nova poética, apta a falar de e para uma sociedade profundamente modificada em relação ao século anterior.
 
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