Revista Rua


A Farsa e El-Rei Junot, subversão e decadência
A Farsa e El-Rei Junot, subversion and decline

[Débora Renata de Freitas Braga, Otávio Rios] 
Mestranda em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), ex-bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas (FAPEAM). Endereço postal: Rua Pará, n. 396, Bairro Nossa Senhora das Graças. Cidade: Manaus, UF: AM. CEP: 69053-575. E-mail: deborarenatabraga@yahoo.com.br .
Orientador. Professor Doutorando em Literatura Portuguesa da UEA. Endereço postal: Rua Pará, n. 396, Bairro Nossa Senhora das Graças. Cidade: Manaus, UF: AM. CEP: 69053-575. E-mail: otaviorios@gmail.com.

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Para citar essa obra:
BRAGA, Débora Renata de Freitas; RIOS, Otávio. A Farsa e El-Rei Junot, subversão e decadência. RUA [online]. 2012, no. 18. Volume 1 - ISSN 1413-2109/e-ISSN 2179-9911  
 
Resumo:
Ao analisar epístolas trocadas entre Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes, organizadas por Maria Emília Marques Mano e António Mateus Vilhena, propomo-nos a mapear o percurso genético das obras A Farsa e El-Rei Junot e, assim, explorar o teor de subversão da escrita brandoniana. Podemos pensar neste caráter de subversão, em princípio, na concepção de romance que o escritor do Douro desfaz, e também, assumir que este tenha rompido com a própria noção de “texto” como algo acabado. O texto não seria mais produto de um processo individual de criação, ao contrário: converter-se-ia em um fio de sociabilidade tecido entre os amigos escritores, o que pode ser observado no estudo das correspondências em questão, mesmo porque a obra acabada deixou de ser o único instrumento de investigação literária, cedendo espaço para um processo em círculos: da criação à obra e, desta, de volta ao processo de criação. Contudo, a narrativa de Raul Brandão ultrapassou suas próprias linhas para colocar-se como uma escrita na decadência, tendo seu lugar garantido tanto na esfera intelectual e literária de Portugal, quanto na esfera social.  
Palavras Chave: Raul Brandão; Teixeira de Pascoaes; Subversão; Decadência.  
 
Abstract:
By analyzing letters exchanged between Raul Brandão and Teixeira de Pascoaes, organized by Maria Emilia Marques Mano and António Mateus Vilhena, we propose to map the genetic pathway A Farsa and El-Rei Junot and, thus exploit the content of brandonian’s subversive writing. We can think of this character of subversion, in principle, the design of novel that the writer breaks the Douro, and also assume that it has broken with the very notion of "text" as something finished. The text would no longer be the product of an individual process of creation, to the contrary, it would convert from a string of social fabric among fellow writers, which can be observed in the study of the correspondence in question, even as the finished work left to be the only instrument of literary research, giving way to a process in circles: the work of creation and thus, back to the creative process. However, the story of Raul Brandão surpassed its own lines to stand as one written in decline, having secured his place in both the literary and intellectual sphere of Portugal, the social sphere.  
Keywords: Raul Brandão; Teixeira de Pascoaes; Subversion; Decline.