Revista Rua


Proposta de revisão epistemológica da teoria da Arquitetura de John Ruskin
A proposal of epistemological revision of John Ruskin's theory.

Claudio Silveira Amaral

 

A Pintura
 
2
John Ruskin and the Victorian Eye. Nova Iorque: Harry Abrams, 1993, p. 6.
 
John Ruskin utilizou uma lógica para a composição da pintura similar a que utilizou para a natureza, que, por sua vez, é idêntica a que compõem sua visão de religião e composição arquitetônica como se verá adiante. A lógica que viu na natureza migrou para a pintura, religião e arquitetura.
Composição para Ruskin é a política da ajuda-mútua entre todos os elementos do tema do quadro em questão.[17]
Para Ruskin existe uma ética nos elementos que compõem o quadro resultado de um tipo de relacionamento que leva a um equilíbrio. Por equilíbrio, entendeu o resultado dessa política da ajuda mútua.
A composição pictórica migrou da lógica da composição natural. É a lógica da ajuda mútua no qual um elemento compensa aquilo que falta ao outro e assim sucessivamente até formar uma cadeia natural em estado de equilíbrio. De acordo com essa lógica, nenhum elemento da pintura é autônomo, por isso não possuem linhas de contorno, isto é, todos dependem uns dos outros e se dissolvem uns nos outros. Para ele, a natureza é composta por uma cadeia expressa pela interdependência de suas partes, assim também será para a composição pictórica.
A natureza para Ruskin é uma pintura. Se a natureza dá os parâmetros para a composição pictórica, isso em Ruskin se chamou unidade natural. Em termos metafóricos, seria o resultado da conexão dos desenhos de todos os elementos do


[17]“A pure holy state of anything, therefore, is that in which all its parts are helpful or consistent. They may or may not be homogeneous. The highest of organic purities are composed of many elements in an entirely helpful state. The highest and first law of the universe – and the of the name of life, is therefore, help -. The other name of death is separation. Government and co- operation are in all things and eternally the laws of life. Anarchy and competition, eternally, and in all things, the laws of death. (RUSKIN, J., Modern Painters, V. 5, p. 160).