Revista Rua


Proposta de revisão epistemológica da teoria da Arquitetura de John Ruskin
A proposal of epistemological revision of John Ruskin's theory.

Claudio Silveira Amaral

 

A noção de equilíbrio se confunde aqui com a noção de apreensão sublime vista anteriormente. Equilíbrio e sublimidade seriam equivalentes no âmbito da arquitetura. Assim, a noção de um todo representado pela conquista do equilíbrio (o edifício esta de pé e entende-se visualmente como isto acontece) é o elemento mais importante da teoria da arquitetura ruskiniana.
O desenho dos elementos da estrutura do edifício se volta para a obtenção de um equilíbrio dinâmico, criando a sensação de um todo em estado de harmonia. O sublime seria o resultado dessa sensação proporcionada pela visibilidade da segurança estrutural dado pelo desenho das distribuições das forças. 
Do mesmo modo que a noção de simetria ruskiniana, já visto, o desenho do equilíbrio arquitetônico será o resultado da luta entre forças em estado de tensão, como se os elementos estruturais estivessem se movimentando até chegar ao equilíbrio. A sensação é a de um sistema de fibras orgânicas em movimento no qual as partes se contorcem como numa planta, mais especificamente uma trepadeira. A simetria é conquistada quando essas forças se coagulam e o edifício fica em pé.
 
Conclusão
 
Procurou-se demonstrar que John Ruskin tratou de assuntos, tais como, Natureza, Pintura e Arquitetura através da mesma lógica de composição, isto é, de uma mesma concepção de lógica e de razão. Nesta perspectiva pode-se questionar as tradicionais histórias da arquitetura moderna que analisam a obra ruskiniana da arquitetura de forma isolada, e, portanto, tiram conclusões precipitadas, como por exemplo, de que Ruskin é um neogótico.
A revisão epistemológica da teoria de John Ruskin tem por mérito questionar a História da Arquitetura Moderna, mas, também, chamar a atenção dos arquitetos e urbanistas para as relações entre estética e ética nas paisagens das cidades contemporâneas.