Revista Rua


Mídia e Espaço Público

Guilherme Carrozza

 

sustentam os anúncios – que escondem as arquiteturas – e que representam, dentro de um discurso de urbanização, um perigo latente que converge para a “agressão” da cidade como um conjunto uno de edificações, por estar fora do planejamento urbano. Mesmo assim, sua presença é assimilada.  
Como exposto anteriormente, o direito de ir e vir que vem como efeito do processo de individualização pelo Estado produz, por assim dizer, um indivíduo capaz de “transitar” livremente pelas ruas.   Nesse sentindo, o termo transeunte, historicamente, se coloca como uma posição “sujeito da cidade”. No nosso ponto de vista, essa “assimilação” só é possível porque é algo que vem pela história. Nesse sentido, não se trata de pensar se essa assimilação é contra ou a favor da vontade dos transeuntes, mas trata-se de entender, isso sim, o processo histórico que faz com que essa prática se torne parte da paisagem urbana, considerada aqui como condição material concreta da cidade[18].
 
Considerações
Procuramos pensar na cidade, como dito na introdução, como o lugar de conjugação entre o espacial e o social. Com todas as conseqüências que isso pode acarretar, incluindo aí o sujeito e a sociedade, e as relações possíveis nesse espaço.
Hoje, quando andamos pela cidade de São Paulo, não vemos mais anúncios estampados nas placas de outdoor antes destinadas para isso. Em alguns pontos, em seu lugar, deparamo-nos com as estruturas, ainda montadas, porém com um espaço “em branco”.
 
 
(foto disponível em http://www.ogerente.com/congestionado/2007/01/30/licoes-do-projeto-contra-a-poluicao-visual-em-sp/)
 


[18] Conforme colocado por Orlandi (2004) e explicitado mais à frente.