Revista Rua


O Invisível em La Ciudad Ausente
(The Invisible in The Absent City)

Livia Grotto

porque seu olhar penetra o invisível. O olho continua pulsando e atravessa os vidros do museu para chegar à cidade:
 
La máquina está en el fondo de un pabellón blanco, sostenida por un armazón metálico. Tiene una forma achatada, octogonal, y sus pequeñas patas están abiertas sobre el piso. Un ojo azul late en la penumbra y su luz atraviesa la quietud de la tarde. Afuera, del otro lado de los cristales, se alcanza a oír el suave rumor de los autos que cruzan la avenida Rivadavia hacia el oeste. La máquina, quieta, parpadea con un ritmo irregular. En la noche, el ojo brilla, solo, y se refleja en el cristal de la ventana. (PIGLIA, 1995: 168)
 
A história não termina senão com mais um dos relatos de Elena. A concepção do museu de Piglia é tributária do “Museo” de Macedonio: lugar das musas, do inesquecível, do que vence a morte pela subtração do tempo, onde se pratica o “contínuo presente”. Espaço do impossível, que aniquila a ausência e por meio do qual é possível manter a correspondência com quem não está (PIGLIA, 2000: 64). Espaço que faz ver o invisível, porque distancia aquele que observa, para, assim, fazê-lo duvidar de sua própria realidade. Trata-se de uma experiência que inexiste, porém mais intensa do que qualquer outra vivida.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BERG, E. H. La conspiración literaria. In: Hispamérica, año xxv, n. 75, 1996, pp. 37-47.
PEREIRA, M. A. A rede textual de Ricardo Piglia. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 1999.
PIGLIA, R. (ed.) Diccionario de la novela de Macedonio Fernández. São Paulo: Fondo de Cultura Económica, 2000,
___________. Crítica y ficción. Buenos Aires: Planeta,2000ª.
___________.  La ciudad ausente.Buenos Aires: Seix Barral/Biblioteca Breve, 1995,
RICŒUR, P. Tempo e narrativa, tomo II. Trad. Marina Appenzeller. Campinas: Papirus, 1995.
TODOROV, T. Poética da prosa. Trad. Maria de Santa Cruz, Alceu S. Coutinho. Lisboa: Edições 70, 1979.