Revista Rua


Saussure e o Sentimento: A Forma do Sentimento Lingüístico
(Saussure and the Feeling: the Form of the Linguistic Feeling)

Alessandro Chidichimo

A analogia trabalha com as formas antigas:
 
Les innovations de l’analogie sont plus apparentes que réelles. La langue et une robe couverte de rapiéçages faits avec sa propre étoffe. (…) L’immense majorité des mots sont, d’une manière ou d’une autre, des combinaisons nouvelles d’éléments phoniques arrachés à des formes plus anciennes. Dans ce sens, on peut dire que l’analogie, précisément parce qu’elle utilise toujours la matière ancienne pour ses innovations, est éminemment conservatrice (CLG/D: 235-236).
 
Mas toda língua é representada pelo conjunto das formações analógicas :
 
Une langue quelconque à un moment quelconque n’est pas autre chose qu’un vaste enchevêtrement de formations analogiques, les unes absolument récentes, les autres remontant si haute qu’on ne peut que les deviner (ELG: 161)
 
ce ne sont pas des faits exceptionnelles et anecdotiques, ce ne sont pas des curiosités ou des anomalies, mais c’est la substance le plus claire du langage partout et à toute époque, c’est son histoire de tous les jours et de tous les temps:
je treuve, nous trouvons, comme je meurs, nous mourons.(ELG, p. 161)
 
Através da analogia nós podemos ver que o sentimento do falante é uma constante avaliação, uma constante comparação implícita da condição da língua durante o emprego da fala em relação com o falante mesmo e os outros falantes implicados nas situações do discurso. O falante não repousa sobre a língua, mas está sempre sendo colocado em confronto com ela e assim todas as trocas discursivas são contínuos atos metalingüísticos.
 
A AVALIAÇÃO ATRAVÉS DO EMPREGO
 
Mas o que acontece primeiro: a mudança ou o sentimento? Há uma avaliação explícita das relações entre formas? É possível que tenhamos em primeiro lugar uma interpretação da situação e depois uma enunciação? Não, diz Saussure:Tant que je ne fais qu’interpréter il n’y a pas fait d’analogie mais seulement possibilité (SAUSSURE, 1908: 60 R). O sentimento do sujeito em relação a nova analogia entre formas não está presente antes que haja um ato de fala concreto onde aparece uma formação analógica que produz uma nova configuração das relações entre as formas.