A recorrência à romântica denominação de Santa Maria, “Cidade Coração do Rio Grande”, aciona uma rede parafrástica, concebida como processo no qual “o discurso se efetiva como produtor de sentidos, porque é essa relação que mantém em movimento a cadeia discursiva, o que pode ser observado, mais especificamente, na horizontalidade própria do intradiscurso” (PETRI, 2004: 211), no linguisticamente constituído e nas imagens que produz.
Esta relação de paráfrase é bastante interessante porque acentua a relação de contradição entre a cidade, que tem o privilégio geográfico de estar no centro do estado, e a chamada “Garganta do Diabo”. É da ordem do inconcebível admitir oficialmente que o espaço urbano denominado “Coração” abrigue em si mesmo a “Garganta do Diabo”. Afinal: coração=órgão vital= move o que está vivo= sede dos sentimentos e emoções, amor etc.; enfim, muitas coisas boas cabem no coração, mas