Revista Rua


Da parede ao corpo social: a carne que não satisfaz
From the Wall to the Social Body: the Meat Doesn't Satisfy

Gesualda dos Santos Rasia

mercado, resistindo a suas discursividades. Outra, bem diferente, é não ter sequer a opção de fazer parte dela. Duas maneiras de estar fora desenhadas de modos diversos no interior da FD que abriga os discursos de resistência ao instituído. Limite de exclusão simbolizado também na palavra foda, na produção do ponto de (des)encontro entre a satisfação da carne (com a ambigüidade constitutiva dessa expressão) e os lugares de sentido em que a satisfação se encontra esvaziada, impedida.
O ponto nodal que toca essa questão poderia ser a interrogação acerca das âncoras que garantem um sentido ou outro: eis o discursivo trabalhando na materialidade lingüística, textualidades constituídas pela incompletude e expostas ao equívoco, ao fato incontornável de que o sentido, ao derramar de paredes e muros, alçando o social e o político, pode sempre ser outro.
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
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