Revista Rua


Entre o eterno e o efêmero: o uso do SIG - Histórico para uma análise da transformação da paisagem
Between perpetual and the ephemeral one: the use of the historical-gis for analysis of the transformation of the landscape

Bárbara Lustoza da Silva Borba e João Rodrigo Vedovato Martins

Paisagem, história e memória: do Parque da Juventude ao Carandiru, da Estação da Luz à Cracolândia
A partir do recurso de armazenamento de imagens e a promessa já debatida de “retorno ao passado” nos encontramos com a viabilidade de problematizar as estruturas dinâmicas e mudanças conjunturais que ocorrem também no tempo presente.
 
Recorte amostral: Parque da Juventude/ Carandiru
O atual Parque da Juventude, situado anexo à estação Carandiru do Metrô de São Paulo corresponde à localidade do antigo complexo penitenciário Casa de Detenção do Estado, o Carandiru, desativado em 2002. A dificuldade de acesso a história da Penitenciária do Estado de São Paulo, o Carandiru, pode ser constatada por suas escassas referências em fontes oficiais institucionais, além da ausência de um memorial em local facilmente acessível sobre as antigas edificações e fatos ocorridos outrora no local. Na página da internet do Governo do Estado de São Paulo destinada ao Parque da Juventude há apenas a referência de desativação da Penitenciária para a construção do complexo esportivo[1] e até mesmo na página institucional da Secretaria de Administração Penitenciária, com referência ao Museu Penitenciário Paulista há escassas informações sobre o complexo prisional sem considerar, inclusive, os processos que culminaram em sua desativação e demolição[2]. Notável também é que a única menção ao antigo presídio é realizada na parte dos fundos de um dos acessos do Parque, com as ruínas da construção do que viria a ser um novo pavilhão e uma placa sucinta com a informação do que existira ali antes do parque, sem referência alguma a aspectos cruciais para a extinção do Complexo, como por exemplo o Massacre do Carandiru realizado pelas forças policiais do estado de São Paulo como intervenção à uma rebelião em 1992, deixando saldo de 111 mortes segundo dados oficiais.
A Casa de Detenção foi inaugurada na década de 1920, porém a escala cronológica das Imagens Históricas somente retorna até o ano 2000[3].


[2] Consta em: HTTP://www.sap.sp.gov.br/common/museu/museu.php
 
[3]Figura 1: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2000.