Revista Rua


Entre o eterno e o efêmero: o uso do SIG - Histórico para uma análise da transformação da paisagem
Between perpetual and the ephemeral one: the use of the historical-gis for analysis of the transformation of the landscape

Bárbara Lustoza da Silva Borba e João Rodrigo Vedovato Martins

Neste ponto é cabível problematizar a noção de tempo constante no Google Earth como, a princípio, de um tempo breve. De acordo com Fernand Braudel[1], a noção de tempo correspondente aos acontecimentos é de curta duração e neste caso não é possível identificar as estruturas dos processos históricos ocorridos.
Todavia, nos recortes utilizados foi possível realizar uma análise de conjuntura espacial e temporal por meio do recurso Imagens Históricas em aproximadamente dez anos atrás, quando o complexo prisional ainda não havia sido desativado, proporcionando uma análise comparativa dos mapas e dos processos de mudança da paisagem devido ao armazenamento de imagens entre os anos de 2000[2], 2002[3], 2004[4], 2005, 2008[5] e 2009[6] (o arquivo mais recente de imagens). No que tange às proximidades da Estação do Trem da Luz, foi possível analisar as imagens armazenadas e apreender as transformações na paisagem ocorridas num período de sete anos, dos quais: 2002[7], 2004[8], 2007[9], 2008[10] e 2009[11].
Estamos, portanto, diante de uma questão delicada. Se por um lado o intervalo de tempo da ferramenta é limitado, no caso da análise das transformações da paisagem ocorridas nas regiões da antiga penitenciária e da estação ferroviária foi possível identificar e comparar mudanças conjunturais. Porém, a fluidez dos espaços de fluxos da internet não estabelece segurança consolidada como método de análise, sendo variáveis os resultados de acordo com o arquivo disponível na empresa que administra o banco de dados.


[1] BRAUDEL, Fernand. A longa duração (1958). In: História e Ciências Sociais. 5ª Edição. Lisboa: Editorial Presença, 1986.
[2] Figura 1: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2000.
[3] Figura 2: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2002.
[4] Figura 3: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2004.
[5] Figura 4: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2008.
[6] Figura 5: Representação da área do Parque da Juventude, antiga Casa de Detenção do Estado, recorte do ano 2009.
[7] Figura 6: Representação de área contígua à Estação da Luz, entre a Rua Mauá, Rua General Couto de Magalhães, Rua dos Gusmões e Rua dos Protestantes. Recorte do ano 2002.
[8] Figura 7: Representação de área contígua à Estação da Luz, entre a Rua Mauá, Rua General Couto de Magalhães, Rua dos Gusmões e Rua dos Protestantes. Recorte do ano 2004.
[9] Figura 8: Representação de área contígua à Estação da Luz, entre a Rua Mauá, Rua General Couto de Magalhães, Rua dos Gusmões e Rua dos Protestantes. Recorte do ano 2007.
[10]Figura 9: Representação de área contígua à Estação da Luz, entre a Rua Mauá, Rua General Couto de Magalhães, Rua dos Gusmões e Rua dos Protestantes. Recorte do ano 2008.
[11] Figura 10: Representação de área contígua à Estação da Luz, entre a Rua Mauá, Rua General Couto de Magalhães, Rua dos Gusmões e Rua dos Protestantes. Recorte do ano 2009.