Revista Rua


Entre o eterno e o efêmero: o uso do SIG - Histórico para uma análise da transformação da paisagem
Between perpetual and the ephemeral one: the use of the historical-gis for analysis of the transformation of the landscape

Bárbara Lustoza da Silva Borba e João Rodrigo Vedovato Martins

Sistemas de informações geográficas e o SIG – Histórico
O ambiente Google Earth é um software disponível na internet; assim como ele, existem outros programas com funcionalidades semelhantes para download como ArcGIS, AutoCad Map, Spring, etc[1]. Tais programas valem-se dos Sistemas de Informações Geográficas, os SIG, os quais são aplicativos digitais com ferramentas que possibilitam a análise, manipulação e criação de banco de dados a partir de mapas e imagens obtidos via satélite ou fotografias de alta resolução e três dimensões (3D).
Os SIG ainda podem ser operacionalizados no campo da história, como em seu uso com a cartografia histórica com sobreposição de mapas de diferentes recortes temporais, por exemplo. Tal relação, como nos pontua Martha Rebelatto e Frederico Freitas[2] corresponde à interdisciplinaridade entre história e geografia, formando o campo da geografia-histórica, corrente esta impulsionada pela escola dos Annales com expoente no historiador Fernand Braudel.
 
Sobre espaço e internet
Para uma melhor compreensão do uso do SIG-Histórico por meio do Google Earth realizaremos algumas explanações conceituais acerca das terminologias entre espaço e internet.
Seguindo a definição de Milton Santos[3] o espaço é uma construção social no qual “(...) cada fração de natureza abriga uma fração da sociedade atual.”[4] O geógrafo ainda complementa que a paisagem é um componente do espaço e sua relação com a sociedade, a natureza e os processos produtivos e tecnológicos resultantes dessas interações, as quais com o acúmulo de tempo obtido pelas experiências culminam em um movimento dialético entre forma e conteúdo.
No campo da internet – o qual ainda é um terreno complexo e com definições questionáveis – a noção de espaço também é reivindicada. Para Manuel Castells[5] a internet possui a peculiaridade de estabelecer um espaço de fluxos, definido pelo autor como


[1] REBELATTO, Martha; FREITAS, Frederico. Desafios e possibilidades ao uso de Sistemas de Informação Geográfica na história. In: 5º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, de 11 a 13 de maio de 2011, UFRGS, Porto Alegre.
[2] Op. cit. p. 3.
[3] SANTOS, Milton. Espaço e Método. São Paulo: Nobel, 1985
[4] Op. cit. p.1.
[5] CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução: Roneide Venâncio Majer; atualização para 6ª edição: Jussara Simões. São Paulo: Paz e Terra, 2003.