Revista Rua


Derivas de sentido no discurso sobre a solidariedade na Feicoop
Derivations of sense in the discourse about the solidarity at Feicoop

André Luís Campos Vargas

de] que constituem uma memória dispersa e muitas vezes dissonante de um sentido que se quer dominante.
Em relação aos saberes que constituem o discurso da solidariedade que circula na Feicoop, no que concerne às bases que fundam esse discurso (essa prática), podemos dizer que este se trata de um discurso que inicialmente pode ser vinculado àquele de pequenos produtores rurais e urbanos, entre os quais se encontra o colono, (este que, entre outros, é um dos personagens centrais na fundação da Cooperativa Esperança e que desde então faz funcionar semanalmente um local de comercialização desses produtos denominado Feirão Colonial). Também podem ser inseridos na formulação do discurso “de”, no espaço discursivo da Feicoop: produtores na agricultura familiar (urbanos e rurais), artesãos e recicladores (conforme círculo inferior direito, na ilustração 5, abaixo). Entretanto, esse mesmo espaço discursivo se constitui na relação com outras instâncias apoiadoras e/ou organizadoras das ações e dos discursos (EMATER, Banco do Povo, PRONAF, Prefeitura Municipal de Santa Maria, CÁRITAS, UFSM, etc.). É importante salientar que a organização desse discurso sobre solidariedade se dá na complexificação e instalação de diferentes demandas, aquelas do sujeito urbano que vai se inserindo nessa prática/discurso (em relação aos saberes/demandas inicialmente vinculadas ao pequeno produtor rural).
A ilustração 5 é representativa da organização do Projeto Esperança/Cooesperança e a nomeamos de diagrama do discurso de/sobre solidariedade.