de sentido da ordem da repetição do mesmo com alguma modificação que não acarreta mudança de posição sujeito ou mesmo de FD, por exemplo, mantém-se uma certa regularidade, porém, ela é, em alguma medida, quebrada, quando há de fato um deslocamento de sentidos, quando o sentido parafraseado é metaforizado, quando ele é interpretado e dá indícios de outras relações de sentidos, “outros” sentidos.
Além disso, é interessante observar que Pêcheux (1997), em relação ao efeito metafórico e as relações de paráfrase, atenta parao risco de uma eventual“criação infinita” que levaria a dizer que toda e qualquer paráfrase seria possível por contiguidade, paralelismo, domínios semânticos, etc. O excesso dessas relações é regulado por uma dominância ditada pelas CP dos discursos, de modo que a produtividade dessas relações não é infinita e elas não podem ser quaisquer, pois estão reguladas historicamente. Assim, o fenômeno de deriva desencadeado pelo efeito metafórico está baseado “na determinação do processo discursivo pelas suas condições de produção (CP) e na recusa da noção ideológica da criação infinita” (PÊCHEUX, 1997, p. 104).
Por conseguinte, podemos dizer que, no quadro 3 intitulado solidariedade, as relações entre A, B, C, D, E produzem deslizes de sentido para solidariedade, enquanto F constitui um “outro” sentido, um deslocamento de fato, na medida em que as relações de sentido que se estabelecem apontam para outras discursividades, o popular vai se articular aos discursos vinculados ao FSM, por exemplo, como dão a dimensão, as imagens seguintes:
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Ilustração 2 - Entrada da 15ª Feicoop, 2008.
Fonte: Acervo Pessoal.
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