Revista Rua


Derivas de sentido no discurso sobre a solidariedade na Feicoop
Derivations of sense in the discourse about the solidarity at Feicoop

André Luís Campos Vargas

de sentido da ordem da repetição do mesmo com alguma modificação que não acarreta mudança de posição sujeito ou mesmo de FD, por exemplo, mantém-se uma certa regularidade, porém, ela é, em alguma medida, quebrada, quando há de fato um deslocamento de sentidos, quando o sentido parafraseado é metaforizado, quando ele é interpretado e dá indícios de outras relações de sentidos, “outros” sentidos.
Além disso, é interessante observar que Pêcheux (1997), em relação ao efeito metafórico e as relações de paráfrase, atenta parao risco de uma eventual“criação infinita” que levaria a dizer que toda e qualquer paráfrase seria possível por contiguidade, paralelismo, domínios semânticos, etc. O excesso dessas relações é regulado por uma dominância ditada pelas CP dos discursos, de modo que a produtividade dessas relações não é infinita e elas não podem ser quaisquer, pois estão reguladas historicamente. Assim, o fenômeno de deriva desencadeado pelo efeito metafórico está baseado “na determinação do processo discursivo pelas suas condições de produção (CP) e na recusa da noção ideológica da criação infinita” (PÊCHEUX, 1997, p. 104).
Por conseguinte, podemos dizer que, no quadro 3 intitulado solidariedade, as relações entre A, B, C, D, E produzem deslizes de sentido para solidariedade, enquanto F constitui um “outro” sentido, um deslocamento de fato, na medida em que as relações de sentido que se estabelecem apontam para outras discursividades, o popular vai se articular aos discursos vinculados ao FSM, por exemplo, como dão a dimensão, as imagens seguintes:
Ilustração 2 - Entrada da 15ª Feicoop, 2008.
Fonte: Acervo Pessoal.