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Embates de sentidos no social – sujeitos, ciências, tecnologias

O Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) realiza dia 01 de junho seminário de apresentação de projetos realizados pelos pesquisadores e pos-docs dos dois laboratórios que o compõem: Labeurb e Labjor. O evento será dividido em duas partes, com a segunda etapa realizada em setembro.

O objetivo é mostrar as pesquisas em andamento para estudantes, pesquisadores, professores e interessados nos cursos, publicações e projetos oferecidos pelo Núcleo. A ampla programação desta primeira parte do evento é composta por duas mesas de debates pela manhã, e uma à tarde. Entre os temas abordados estão as diversas nuances da percepção pública da ciência, reflexões sobre a noção de sujeito e os processos de constituição das sociedades, linguagem da fotografia e o cinema de Ugo Giorgetti, entre vários outros.

O evento será realizado no Auditório do Labeurb.

PROGRAMAÇÃO

Data: 01 de junho de 2023
Local: Auditório do Labeurb

9h – 9h30
Mesa de Abertura
Raluca Savu – Coordenadora Associada da Cocen
Cristiane Costa Dias – Coordenadora do Nudecri

9h30 – 11:00h
Mesa 1 “Transmissões e percepções entre saberes"
A relação entre processos seletivos para o ensino superior e os estudos CTS
Rodrigo Bastos Cunha
Percepção pública e divulgação científica em práticas com a terra e a água - recortes de três projetos interligados ao BIOS
Claudia Pfeiffer e Simone Pallone

Café

11h30 – 13h00
Mesa 2 “Reinventar modos de ser e estar no mundo”
Modos de atenção à Terra: materiais e práticas artísticas diante do Antropoceno
Susana Oliveira Dias
Repensar o sujeito: sobre a constituição do sujeito de dados
Cristiane Costa Dias
Repensar o discurso político: relações discursivas entre fake news e o bolsonarismo
Renata Carreon

13h00 - 15h00 - Intervalo para o Almoço

15h00 – 16h30
Mesa 3 “Entre cortes e recortes”
O ‘efeito de retorno’ das tecnologias da escrita sobre a língua, o corpo e o espaço: a produção do olhar como artefato
Carolina Rodriguez
Imagens em discurso
Greciely Cristina da Costa
Contra o apagamento, o cinema de não-ficção de Ugo Giorgetti
Liniane Haag Brum

16h30 - 17h00 - Encerramento

	Carolina Rodríguez-Alcalá Possui Bacharelado e Licenciatura em Letras (1986) e Doutorado em Linguística (2000), na área de Análise do Discurso, pela Universidade Estadual de Campinas. Realizou estágios de Pós-Doutorado em Linguística, na área de História das Ideias Linguísticas, na École Normale Supérieure - Lettres et Sciences Humaines (Lyon) e na Université de la Sorbonne Nouvelle - Paris III (2002-2003). É pesquisadora Pq B do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb/Nudecri), da Universidade Estadual de Campinas, e professora plena no Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem da mesma universidade. Atua nas áreas de Análise do Discurso, Saber Urbano e Linguagem e História das Ideias Linguísticas. Trabalha principalmente com os seguintes temas: discursos sobre a língua; língua guarani (Paraguai); relações língua, nação e identidade; políticas de língua, gramatização do guarani (período colonial), língua nacional, língua urbana, espaço e ambiência urbana.	- -
	Claudia Pfeiffer Claudia Pfeiffer é pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb/Nudecri/Unicamp) e professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Linguística (IEL/Unicamp). Analista de Discurso, atua nas áreas Saber Urbano e Linguagem, História das Ideias Linguísticas e Divulgação Científica, em temáticas como políticas de ensino, políticas de saúde e mudanças climáticas.	Percepção pública e divulgação científica em práticas com a terra e a água - recortes de três projetos interligados ao BIOS Inseridas em uma grande rede de pesquisa vinculada ao BIOS - o Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial Brazilian Institute of Data Science (FAPESP), dentro da trilha Agro, apresentaremos nossa articulação a essa rede e três projetos que desenvolvemos a partir dessa inserção. O primeiro, já aprovado, intitula-se "Uma Análise Integrada dos Riscos, Desafios e Oportunidades da Cafeicultura Frente às Mudanças Climáticas” e conta com financiamento do edital universal do CNPq. Os outros dois foram submetidos a editais de fomento: o projeto "Solução de mapeamento e monitoramento inteligentes nas esferas produtiva e ambiental da cacauicultura", submetido ao Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia MCTI: Fomento à ICT - 01/2022; e o projeto "MangueIA: ciência cidadã no berço do oceano", submetido ao edital da Petrobrás de 2023. Em todos eles nos ocupamos do trabalho relativo à compreensão dos sentidos em jogo nas práticas laborais, culturais, sociais e políticas que as populações dos territórios recortados nos projetos estabelecem com a terra e com a água, observando mais particularmente as questões relativas às mudanças climáticas e à biodiversidade; a partir dessas compreensões, formulamos práticas de divulgação junto às populações desses territórios.
	Cristiane Costa Dias Cristiane Costa Dias é Pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb/Nudecri). É docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural (MDCC - LABJOR/IEL) e do Curso de Especialização em Jornalismo Científico (LABJOR/IEL), também atua como colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-Unicamp). É líder do Grupo de Pesquisa e-Urbano (CNPq). É Analista de Discurso, atuando principalmente na área do discurso digital.	Repensar o sujeito: sobre a constituição do sujeito de dados A pesquisa interdisciplinar (Fapesp/Lincar) “Datificação da atividade de comunicação e trabalho de arranjos de comunicadores: os embates com as determinações das empresas de plataformas”, investiga como os profissionais de comunicação, que desenvolvem seus próprios arranjos para exercerem a profissão, atuam frente às lógicas de subsunção do trabalho humano vivo, pressupostas nos usos das ferramentas digitais das empresas de plataformas. No âmbito de grupo de trabalho, que envolve a USP, Unicamp e Unesp, desenvolvo teoricamente uma reflexão sobre a noção de sujeito compreendida no capitalismo contemporâneo: o sujeito de dados. Desse modo, apresentarei os avanços e embates dessa reflexão para pensar os processos de constituição das sociedades.
	Greciely Cristina da Costa Greciely Cristina da Costa: Pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Mestre e Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Realizou estágio de pesquisa (doutorado-sanduíche) na Université de Paris XIII, em Paris (2010). Atualmente, atua como docente permanente no Mestrado de Divulgação Científica e Cultural (MDCC) e como colaboradora no Programa de Pós-graduação em Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). É líder do Grupo de Pesquisa do diADorim (CNPq) e coordenadora do Projeto de Pesquisa Fapesp “Imagens da Cidade: Discurso e Produção de Conhecimento” (Processo: 2018/26073-8).	Imagens em Discurso O projeto InCiDe – Imagens da cidade: discurso e produção de conhecimento – teve como ponto de partida o conceito de apropriação teórica, que consiste na (re)inscrição de saberes, neste caso sobre imagem, em um quadro teórico específico, aqui, o da Análise de Discurso (AD). A mobilização dos princípios epistemológicos e de diferentes conceitos da AD foi fundamental para arregimentar o processo de apropriação teórica da imagem e, ao mesmo tempo, para a construção de procedimentos analíticos, sendo que a relação entre a imagem e a realidade que ela supostamente representa foi confrontada como um processo de significação. Expomos, com este trabalho, alguns dos resultados deste projeto.
	Liniane Haag Brum Pesquisadora, escritora e docente, Liniane Haag Brum nasceu e cresceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. È doutora em Teoria e Crítica Literária (UNICAMP), mestre em Literatura e Crítica Literária (PUC/SP) e bacharel em Comunicação Social (PUC/RS). Atualmente se dedica à pesquisa de pós-doutorado Contra o apagamento: o cinema de não-ficção de Ugo Giorgetti, no Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (NUDECRI/UNICAMP), com apoio da FAPESP. Assina a autoria de Antes do Passado – o silêncio que vem do Araguaia (Arquipélago, 2012), sobre o desaparecimento político de Cilon Cunha Brum na guerrilha do Araguaia, e a coletânea de poemas Pós-Paisagem (Telucazu, 2022), em que também aborda o legado traumático da ditadura brasileira.	Contra o apagamento, o cinema de não-ficção de Ugo Giorgetti Será apresentado o resultado processual da pesquisa de pós-doutorado “Contra o apagamento, o cinema de não-ficção de Ugo Giorgetti”, em que a série O Cinema Sonhado (2019, Sesc TV) é tomada como marco diacrônico. Trata-se de evidenciar intersecções e estabelecer articulações entre produções documentais de Giorgetti, em particular entre O Cinema Sonhado e Santana em Santana (2003), - títulos cujo gesto fundacional seria a composição de um "desenho de si” (Groys).
	Renata Carreon Formada em Letras português/espanhol pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestra (2013) e doutora (2018) em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (PPGL/UFSCar). Pós-doutoranda na Universidade Estadual de Campinas (Labeurb/Unicamp) com bolsa FAPESP. Professora permanente do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural da Universidade Estadual de Campinas (MDCC/Labjor/Unicamp)	Repensar o discurso político: relações discursivas entre fake news e o bolsonarismo Considerando o crescente espalhamento e consequente impregnação social das fake news políticas, esta comunicação objetiva compreender de que forma essas mentiras discursivizadas, por meio de uma torção discursiva e dos efeitos de repetibilidade e autoridade, têm (i) sofrido mutações a nível de constituição e formulação; (ii) cooperado para a criação, em sua circulação, do efeito bolha que leva ao fortalecimento das práticas discursivas bolsonaristas no Brasil.
	Rodrigo Bastos Cunha Atual coordenador da Especialização em Jornalismo Cienítico do Labjor, é graduado em Linguística (Unicamp, 2001); especialista em Jornalismo Científico (Unicamp, 2002); mestre em Comunicação Social (UMESP, 2005); doutor em Linguística Aplicada (Unicamp, 2009). Atua nas linhas de pesquisa "Cultura Científica e Sociedade" e "Percepção pública da ciência e da Tecnologia", tem interesse em orientar trabalhos sobre divulgação científica para crianças, sobre percepção pública da ciência, sobre letramento científico e sobre jornalismo científico. Seu principal tema de pesquisa atual é letramento científico. Linhas de Pesquisa: Cultura Científica e Sociedade; e Percepção Pública de Ciência e Tecnologia	- -
	Simone Pallone Jornalista, especialista em Jornalismo científico, mestre e doutora em Política Científica e Tecnológica. Atuou como jornalista até entrar para a carreira acadêmica em 2003. Em 2010 iniciou na Carreira de pesquisadora no Labjor, do Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade da Unicamp. Professora e orientadora no Programa de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC), e no curso de Especialização em Jornalismo Científico. Coordena o podcast Oxigênio e é diretora editorial do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo - Projor. Suas principais áreas de interesses são: Jornalismo científico, percepção pública da ciência e da tecnologia, jornalismo em áudio e extensão na universidade.	Percepção pública e divulgação científica em práticas com a terra e a água - recortes de três projetos interligados ao BIOS Inseridas em uma grande rede de pesquisa vinculada ao BIOS - o Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial Brazilian Institute of Data Science (FAPESP), dentro da trilha Agro, apresentaremos nossa articulação a essa rede e três projetos que desenvolvemos a partir dessa inserção. O primeiro, já aprovado, intitula-se "Uma Análise Integrada dos Riscos, Desafios e Oportunidades da Cafeicultura Frente às Mudanças Climáticas” e conta com financiamento do edital universal do CNPq. Os outros dois foram submetidos a editais de fomento: o projeto "Solução de mapeamento e monitoramento inteligentes nas esferas produtiva e ambiental da cacauicultura", submetido ao Programa Cadeias Produtivas da Bioeconomia MCTI: Fomento à ICT - 01/2022; e o projeto "MangueIA: ciência cidadã no berço do oceano", submetido ao edital da Petrobrás de 2023. Em todos eles nos ocupamos do trabalho relativo à compreensão dos sentidos em jogo nas práticas laborais, culturais, sociais e políticas que as populações dos territórios recortados nos projetos estabelecem com a terra e com a água, observando mais particularmente as questões relativas às mudanças climáticas e à biodiversidade; a partir dessas compreensões, formulamos práticas de divulgação junto às populações desses territórios.
	Susana Oliveira Dias É artista visual e bióloga (UFBA), mestre e doutora em educação, na área de conhecimento, linguagem e arte (FE-Unicamp), especialista em jornalismo científico e tem pós-doutorado em artes (UFPA). É pesquisadora (PqA) do Labjor-Nudecri-Unicamp e professora do Mestrado em Divulgação Científica e Cultural do Labjor-IEL-Unicamp, sendo responsável pelas disciplinas de “Arte, ciência e tecnonologia” e "Literatura, cultura e sociedade”. Trabalha nas interfaces entre artes, ciências e filosofias na pesquisa e criação de materiais sensíveis que dialogam com temas como mudanças climáticas, Antropoceno e intrusão de Gaia. Tem os papéis (papel revista, jornal, papel fotográfico, papel livro, papel-tela-do-cinema, papel-multimídia) como principal materialidade com a qual experimenta alianças entre humanos e rios, árvores, mares, animais, florestas... Nos últimos 5 anos destacam-se em suas produções os livros-objetos produzidos coletivamente sob sua coordenação e os trabalhos com desenhos envolvendo a cosmopolítica Yoruba. Busca, em seus trabalhos, movimentar as potências das artes como um estar-viver-junto entre heterogêneos, em interações afirmativas, complexas e multidimensionais.	Modos de atenção à Terra: materiais e práticas artísticas diante do Antropoceno O Antropoceno é um conceito que precisa ser problematizado sob diferentes óticas. Isso porque, se vamos ter um “tempo de catástrofes”, como define Stengers (2015), precisamos refletir sobre como vamos pensar e caracterizar a destruição e como agir diante dela. Nesta apresentação, escolho pensar o Antropoceno com materiais e práticas artísticas, considerando-os privilegiados para a criação de novas formas de cuidar da Terra. Procuro escrever com obras que permitam “perceber-fazer floresta” (Dias, 2020) ou seja, que saiam da mera denúncia e da vontade de convencer a população e que reinventem a relação com as catástrofes, tragam novas formas de pensar o potencial de encontros com povos indígenas e ciência do clima, além de problematizar a perda do cosmos (Lawrence, 1990). As artes surgem como um lugar não para a mera expressão de opiniões ou subjetividade dos artistas, mas como um espaço de experimentação inédita das relações com a Terra a partir de perspectivas além do horizonte humano.

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