categorização
[10] que se fundou no que se pode chamar de “poder da Norma” (FOUCAULT, 1998). É através deste “poder da Norma” que as instituições de poder estabelecem o
normal como coerção social. A força deste princípio regulador pode ser observada na sociedade atual que ainda não se desvencilhou desta memória histórico-ideológica que remete ao sentido de homossexual.
Conforme destaquei no início desta reflexão, a palavra homoafetividade será investigada aqui em uma perspectiva enunciativa. Concebendo a enunciação como um acontecimento de linguagem que se produz pelo funcionamento da língua, a Semântica do Acontecimento compreende a significação e sua relação com “o que acontece”[11] como sendo construídas linguisticamente. Nessa perspectiva, o dizer é um acontecimento e a cada acontecimento as palavras podem assumir sentidos diversos. É, no acontecimento do dizer, que o sentido se constitui, pois a língua
[12] em funcionamento movimenta-se, transforma-se e significa de diferentes formas. Este processo de produção de sentidos mobiliza procedimentos enunciativos distintos que afetam, reescrevem, retomam e resignificam aquilo que já foi dito.