Esses homens do tempode uma Bahia de todos e tantos Santos são aqui fotografados pelo jovem agricultor Edigley Santos de Jesus, que sonha transpor a barragem das estruturas das políticas sociais e econômicas para chegar ao mar da Educação; seu sonho é cursar uma faculdade.
Caros leitores e leitoras, chegando à Bahia, conclame os baianos, pois ninguém melhor para falar de sua própria gente que os da terra, e, visitando São Gonçalo, dê conversa a Miguel, cujo sobrenome é Bonfim, outro daqueles dos mais baianos e bonitos que se ouve nesses sertões. Bonfim é “nome, sobrenome e pronome” (no dito de Antonio Biá de
Narradores de Javé), do senhor pai dele e de outros tantos desta Bahia
[4]. Miguel é outro dos agricultores que fotografou sobre o cotidiano desses
homens do tempo lento, daqueles que brotam da terra e se voltam a ela, e que se devotam a fabular os segredos dos saberes de seus ancestrais, na busca de fusão entre o tradicional e o moderno, num tempo em que a vida se defronta com os desafios impostos pela globalização.