O encontro de pesquisa IV Jornada e-Urbano reuniu pesquisadores para compartilhar estudos e discutir os impactos do digital nas cidades. Estiveram presentes participantes de diferentes cidades e setores, que apresentaram seus trabalhos em dois dias de sessões. Os temas transitaram entre os impactos da tecnologia na democracia, nas cidades e nas desigualdades sociais.
O tema desta edição “pensar o futuro, hoje” representa a necessidade de avaliar como as novas tecnologias vêm sendo efetivamente empregadas no cotidiano, buscando encontrar caminhos para uma sociedade mais justa e equitativa. Para isso, foram discutidos trabalhos de diferentes áreas como meio ambiente, política, educação e trabalho.
A interdisciplinaridade também se fez presente nas áreas de formação dos participantes, que vieram da linguística, sociologia, arquitetura, urbanismo e comunicação. Com isso, é possível abordar o tema de uma perspectiva mais ampla, visando debater os efeitos do discurso digital na vida social urbana de forma realmente abrangente.
Apresentações
As apresentações de trabalhos foram distribuídas em quatro eixos temáticos: Tecnologias inteligentes?, Tecnologia e democracia, Tecnologia e desigualdade e As interfaces dos estudos discursivos pelo digital. Além das sessões de trabalho, a jornada contou com mesas e conferências que apresentaram discussões sobre tecnologias de linguagem, discurso digital e relações sociais, além de soberania digital.
As sessões foram mediadas e apresentadas por pesquisadores e pesquisadoras de diferentes regiões do Brasil, como São Paulo, Alagoas, Goiás, Paraíba, além da Universidad Nacional de Hurlingham, na Argentina.
Organização
O evento foi produzido por Cristiane Dias, pesquisadora do Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) e Renata Carreon, professora do Programa de Pós-Graduação em Divulgação Científica e Cultural no Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor). A jornada está inserida nas atividades do grupo E-Urbano, coordenador por Dias.
Tanto o tema do encontro como as pesquisas do grupo se ancoram na ideia de que “o digital produziu uma mudança na discursividade do mundo”. Essa frase faz parte da tese de doutorado de Dias, publicada em 2004. Para Dias, não há distinção entre o digital e o urbano: “A sociedade é digital porque todas as nossas práticas, econômicas, políticas, sociais, históricas, elas são determinadas pelo digital”, afirma a pesquisadora.
As mudanças na mobilidade urbana através dos aplicativos de localização, a formação de uma memória digital, baseada nas ferramentas oferecidas pelas plataformas, a apropriação do trabalho pelas big techs ou mesmo a expansão da economia digital são exemplos desses entrelaçamentos entre o urbano e o digital que mobilizam as pesquisas do grupo.
Confira as fotos do evento em: https://drive.google.com/drive/folders/1MhQeLySrR6yyCUm8rKbYSe6S3l-RaP6U?usp=drive_link
Por Mayra Trinca