Novo acordo de cooperação entre pesquisadores franceses e brasileiros é encaminhado pelo Labeurb

      Foi encaminhado no mês de dezembro de 2010, um acordo de cooperação científica e cultural entre a UNICAMP e a Ecole d´Architecture de Grenoble, França, a ser desenvolvido pelo LABEURB/Nudecri, sob coordenação da pesquisadora Carolina  Rodríguez, e pela equipe do Laboratório CRESSON (Centre de Recherche sur l´espace sonore et l´environnement urbaine).
      O projeto “Ambiances Architecturales et urbaines” tem como foco elaborar uma metodologia de subsídio para as políticas públicas em matéria de planejamento urbano e de desenvolvimento sustentável, apoiada numa abordagem de caráter experimental e interdisciplinar, que terá a noção de ambiência como noção articuladora e, como objeto específico de análise, a construção dos parques lineares.
      A equipe do Labeurb aproximou-se da temática das ambiências urbanas desde a participação na pesquisa Dynamiques et processus d’émergence des ambiances urbaines (Dinâmicas e Processos de Emergência das Ambiências Urbanas), coordenada por Jean-Paul Thibaud, em que pesquisadores do Labeurb, da CETESB e da USP realizaram uma pesquisa sobre um espaço público na cidade de São Paulo. Esse trabalho integrou um debate multidisciplinar mais amplo sobre a noção de ambiência a partir de estudos de campo nas cidades de Paris, Bonn, Varsóvia e Tunis, e deu lugar a um acordo de cooperação no quadro do Programa CAPES-COFECUB, entre 2006 e 2009.
      O grande desafio para os pesquisadores do laboratório brasileiro nas pesquisas sobre as ambiências é, então, abordar um fenômeno definido, do ponto de vista fenomenológico, como sendo em princípio pré-lingüístico e independente da linguagem articulada. O ponto de convergência entre a análise do discurso e a abordagem fenomenológica das ambiências é o questionamento da oposição positivista clássica entre sujeito e objeto. Em oposição a uma visão idealista da significação, os trabalhos do Labeurb revelam que os sentidos não são anteriores ou externos à linguagem, mas estão constituídos em e pela sua materialidade (seja esta verbal ou não verbal), num processo que escapa à consciência dos sujeitos. É, assim, a partir de uma análise discursiva da linguagem, tomada como observatório dos fenômenos urbanos e subjetivos, que os pesquisadores brasileiros propõem refletir sobre a dimensão simbólica e política - isto é, histórica - das ambiências.