A língua, os museus e os espelhos


resumo resumo

Larissa Montagner Cervo



do setor encaminha-nos para o universo da palavra de Deus, a partir de inúmeras gravuras bíblicas, bíblias, representações da relação língua sagrada, entre outras formas de materialização cujos efeitos de sentido jogam em favor do princípio da determinação cristã[5] do sujeito e do sentido, entendemos que o silenciamento funciona como efeito de assujeitamento, a partir do qual ressoam sentidos de que o acesso ao saber passa necessariamente pela submissão a Deus e à necessidade de sua interiorização.

Já em se tratando do discurso de divulgação científica, cuja heterogeneidade mostrada inscreve sentidos de cientificidade no dizer, os efeitos de obviedade e de evidência pressupostos no discurso religioso são substituídos por efeitos de certeza significados no/pelo gesto mesmo de descrição e definição. Diferentemente de uma palavra única e totalizante como a de Deus, as textualizações que definem língua e linguagem são trabalhadas a partir da perspectiva de versão, possibilidade essa, de fato, inerente à prática científica. No primeiro monitor do museu, cinco diferentes posicionamentos a respeito de língua e linguagem se mesclam:

¿Qué es el idioma?

“Lenguaje”: 1. Método de comunicación humana, ya sea hablado o escrito, que consiste en el uso de palabras de manera estructurada o convencional. 2. Sistema de comunicación utilizado por un país o una comunidad en particular. (Diccionario Ingles, Oxford).

“Lenguaje es una facultad puramente humana y un método no instintivo que permite comunicar ideas, emociones y deseos por medio de símbolos producidos voluntariamente” (Edward Sapir, Idioma: Introducción al estudio del habla, Harcourt, Brace and Company, 1921).

“De ahora en adelante voy a considerar un lenguaje como un conjunto (finito o infinito) de oraciones, cada una de longitud finita y construida a partir de un conjunto finito de elementos” (Noam Chomsky, Estructuras Sintácticas, 1957).

“Podemos definir el lenguaje como un sistema de comunicación que utiliza sonidos o símbolos para expresar nuestros sentimientos, pensamientos, ideas y experiencias” (E. Bruce Goldstein, Psicología Cognitiva: Conexión Mind, la investigación y la experiencia humana, 2nd ed. Thomson, 2008).

“Una lengua se compone de símbolos que transmiten significado, además de reglas de combinación de esos símbolos que pueden ser utilizados para generar una infinita variedad de mensajes” (Wayne Weiten, Psicología: Temas y Variaciones: 7ª ed. Thomson Wadsworth, 2007).

[grifos nossos]

 

Em um primeiro gesto de interpretação, observando essas definições no conjunto, algumas características gerais podem ser subtraídas, sendo algumas delas recorrentes e, algumas, discordantes, se as tomarmos em suas condições de produção

Na sequência dessa formulação, o que encontramos nos mesmos monitores é apenas a contribuição das igrejas para a propagação das línguas no mundo e para a divulgação de valores ocidentais, a partir de projetos como o SIL. Embora tida como positiva em termos do trabalho da igreja e da catequização, a prática de catequização e de missionários é também considerada, no fio do discurso, como controversa em se tratando da intervenção cultural que é praticada.



[5] Na sequência dessa formulação, o que encontramos nos mesmos monitores é apenas a contribuição das igrejas para a propagação das línguas no mundo e para a divulgação de valores ocidentais, a partir de projetos como o SIL. Embora tida como positiva em termos do trabalho da igreja e da catequização, a prática de catequização e de missionários é também considerada, no fio do discurso, como controversa em se tratando da intervenção cultural que é praticada.