Atividade comercial na Zona Norte de Natal: análise das ruas de comércio tradicional


resumo resumo

Rita de Cássia da Conceição Gomes
Soneide Moura da Costa
Joabio Alekson Cortez Costa



 

2. O contexto da expansão urbana de Natal e o surgimento das ruas de comércio na zona norte

Segundo Costa (2000), a Capitania do Rio Grande (correspondente hoje ao território norte-riograndense) só foi efetivamente ocupada pelos colonizadores portugueses, praticamente, um século depois do início da colonização. A construção da Fortaleza dos Reis Magos, em 1598, e a fundação de Natal, um ano depois, são apontadas pelo autor como marcos da sua ocupação inicial.

Do início do século XVI, até meados do século XIX, a capital potiguar apresentou um ritmo lento de crescimento. No entanto, com o desenvolvimento da cultura algodoeira no interior da Província do RN, e a instalação do Cais Tavares de Lira, em 1869, no bairro da Ribeira, a cidade passou a apresentar uma dinâmica que se expressou espacialmente na constituição de novos bairros: Cidade Alta e Rocas. Até então, a Ribeira era o único bairro existente.

Ao longo da segunda metade do século XIX, a cidade foi contemplada com a instalação do sistema de iluminação pública e abastecimento de água, sobretudo, nas áreas ocupadas pelas classes altas da população (QUEIROZ, 2010, p. 5). No início do referido século, a população era em torno de 16 mil habitantes.

Em 1929, em virtude do lançamento do plano urbanístico pelo prefeito Omar O´Grady, a cidade passou por uma profunda transformação no que tange à sua morfologia (COSTA, 2000). Contudo, foi só a partir da II Segunda Guerra Mundial que Natal apresentou um acelerado processo de urbanização, fomentado pela implantação da Base Aérea Norte-americana, em 1940; da Base Naval; da Policlínica do Alecrim, em 1941; e do asfaltamento da estrada que ligava Natal a Parnamirim, correspondente hoje às Avenidas Hermes da Fonseca, Senador Salgador Filho e BR 101.

O grande incremento populacional na cidade, originado pela vinda de migrantes do interior, refugiados da seca de 1942 e das regiões produtoras de algodão – economia que a essa a altura entrava em processo de decadência, por motivos diversos, não cabendo aqui explicitar – acentuou o processo de expansão da área urbana e a formação de novos bairros (QUEIROZ, 2010).