Política de línguas, circulação de jornais e integração em cidades-gêmeas da fronteira.


resumo resumo

Andréa F. Weber



No contexto fronteiriço platino, portanto, os jornais locais poderiam circular em um ou mais países e utilizar uma ou mais dessas línguas para compor suas notícias. Tais possibilidades nos levaram a questionar se a circulação transfronteiriça de jornais acontece ou não e quais línguas são usadas em uma e outra situação. Também, a nos perguntar como esses usos jornalísticos inscrevem sentidos políticos para as línguas na enunciação fronteiriça. E, por fim, qual a relação entre integração, circulação de jornais e uso de línguas por esses veículos, nas cidades gêmeas da fronteira.

Para desenvolver o estudo, inicialmente, selecionamos as 20 cidades-gêmeas da fronteira platina assinaladas na Proposta de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira, desenvolvida pelo Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira do Ministério da Integração Nacional (Brasil, 2005). O mapa a seguir (Figura 1) identifica essas cidades, as localiza geograficamente e indica seu modo de articulação.

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Figura 1- Limites entre as cidades-gêmeas da fronteira de Brasil com Uruguai, Argentina e Paraguai.
Fonte: Grupo Retis/UFRJ (online).

 

Em seguida, identificamos aquelas que possuíam pelo menos um jornal editado localmente, no lado brasileiro, e selecionamos o de maior circulação. A coleta dos jornais se deu de sul a norte do Brasil e ocorreu entre os anos de 2010 e 2014. O próximo passo foi averiguar as cidades em que esses periódicos circulavam, conforme indicação explícita presente no expediente ou na capa do exemplar. Com isso, pudemos verificar em que pontos da fronteira do Brasil com Argentina, Uruguai e Paraguai havia jornais brasileiros com projeção sobre o país vizinho e em que pontos isso não acontecia. Por fim, lançamos nosso olhar sobre as línguas usadas por esses jornais para a publicação de suas notícias.