Atividade comercial na Zona Norte de Natal: análise das ruas de comércio tradicional


resumo resumo

Rita de Cássia da Conceição Gomes
Soneide Moura da Costa
Joabio Alekson Cortez Costa



 

Nesta perspectiva, Santos (1997) afirma que o papel da proximidade é extremamente importante nas relações com a população local e para no funcionamento dos comércios dos bairros. A proximidade se refere à totalidade das relações, não apenas no sentido econômico, mas à proximidade física entre as pessoas num mesmo conjunto de pontos contínuos, vivendo com a mesma intensidade suas interrelações, criando laços profundos de identidade, de solidariedade. De acordo com Salgueiro (1996, p. 124), “Os pontos fortes do pequeno comércio, em relação às grandes superfícies, são a proximidade aos consumidores e a qualidade do serviço prestado”.

Esse quadro de referência nos instigou à realização desse trabalho que busca entender o processo de formação das ruas de comércio: Pompéia, Chegança e Boa Sorte, na Zona Norte de Natal. E este tipo configuração do comércio, sob a forma de ruas, é entendido como resultado da emergência das atividades terciárias e do próprio movimento de reprodução do capital, que repercute na dinamização do setor da economia popular urbana.

A discussão apresentada no texto em tela assume um caráter analítico, ancorado em leitura de textos, e principalmente, em pesquisa de campo, dado o fato de que, no RN, os bancos de dados de atividades comerciais são ainda pouco valorizados, e possuem informações genéricas, fazendo com que eles constituam a principal fonte de referência para a execução do trabalho.

Embasaram a nossa compreensão teórica a leitura de trabalhos de Salgueiro (1996), Pintaudi (1999), Barreta (2012), Carlos (2001, 2007) e Fernandes (2000), que empreenderam uma discussão do aparelho comercial, considerando a relação tempo e espaço.

Para análise do desenvolvimento do comércio e suas implicações socioespaciais na Zona Norte de Natal, foi de fundamental importância trabalhos produzidos por geógrafas do RN, como Araújo (2004), que analisa a história da produção do espaço na Zona Norte, à luz do planejamento urbano e da gestão do território; e Paula (2010), que faz um estudo sobre a dinâmica comercial da atividade varejista moderna também na Zona Norte.