Estamos fechando o ano de 2025 em ritmo de celebração: 30 anos de vida editorial da revista Rua! Que privilégio poder estar nesse momento junto a essa celebração de uma revista potente, colocada em circulação por muitas mãos especiais – equipe editorial, autores e pareceristas – e que ganha corpo porque circula entre muitos e diversos leitores! Nossos profundos agradecimentos a todas essas pessoas que mantêm a Rua pertinente e impertinente, mexendo e remexendo os sentidos!
Em 2026, Rua chegará diferente! Passaremos a publicá-la em fluxo contínuo, fechando, todo final do ano, o número do ano corrente. Assim, logo que o artigo submetido encerrar seu processo de análise e revisão, ele poderá ser publicado. O mesmo para as Artes e Resenhas.
E novidades não faltam e essa revista que abre portas, janelas, frestas, brechas para a circulação de análises e proposições teóricas. Nossa seção Estudos, se inicia com o artigo Mídia Ninja - o dizer de si da imprensa alternativa e digital, de Alexandre S. Ferrari Soares, no qual o autor analisa o funcionamento do discurso da Mídia Ninja em enunciados nos quais essa rede de comunicação diz de si e de sua prática jornalística, discutindo os deslocamentos produzidos em relação ao discurso hegemônico, bem como os riscos de reinscrição de gestos de autoridade e de fechamento de sentidos, fazendo ver as disputas simbólicas que atravessam o campo midiático. Em seguida, temos o artigo de Irene de Araújo Machado, Travessias afrodiaspóricas em tradução audiovisual: A ecologia marinha reconfigurada, no qual a autora analisa a experiência sensível no experimento audiovisual Serpent Rain e a reconfiguração ecológica do ambiente marinho a partir dos corpos lançados ao mar durante as travessias afrodiaspóricas que, para a autora, estimula o contato dialógico do espectador com as possibilidades de se pensar o futuro do ser humano e o devir da ontologia das gentes pretas responsáveis pela emergência de novas comunidades de pensamento. Ainda no campo do audiovisual, temos o artigo O cinema sonhado de Ugo Giorgetti: consignar-se, rememorar, reconfigurar, de Liniane Haag Brum, no qual a autora analisa a minissérie O Cinema Sonhado (2018), do diretor Ugo Giorgetti, buscando dar a ver o gesto autoral de Giorgetti de traçar uma historiografia dissidente do cinema paulista, bem como o imbricamento entre autorrepresentação, autoria, memória e espaço urbano. Outro estudo sobre o cinema nos é trazido em Luz, câmera e rebeldia: o punk, a música e o estilo como expressão insurgente em Cruella, de Juliana Avila Pereira, no qual a autora reflete sobre a revolução punk rock londrina e sua representação no live-action Cruella (2021), mostrando que o filme evoca diversos elementos artísticos e culturais do movimento punk, apropriando-se deles de forma contemporânea. Ainda na ordem do artístico, Germinações poético-periféricas: 15 anos de slam no Brasil e sua relação com a literatura periférica, de Beatriz Santos de Souza e Eduardo Marandola Jr., traz como se deu a chegada do slam de poesia Brasil, a partir de sua relação com a literatura periférica, e como tal literatura deu contornos a esse movimento poético brasileiro, salientando que sujeitos subalternizados perceberam na poesia de slam a oportunidade de serem suas próprias referências e o caminho para a retomada de suas narrativas. Olhando também para o que é construído enquanto periférico, Leonardo Souza, Luiz Otavio e Luciana Nogueira, em Corpos periféricos? Uma análise discursiva dos efeitos de sentido tecidos no/pelo digital, analisam os processos discursivos no espaço digital, com foco na produção e circulação dos sentidos de “corpo” e de “periferia” a partir do enunciado “Somos o corpo das periferias do Brasil”, presente no perfil PerifaConnection no Instagram. Vertendo seu olhar para outro tipo de segregação que resiste em movimentos organizados, Ilka de Oliveira Mota, em
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