Revista Rua


Radiodifusão, produção fonográfica e espaço urbano: formação e adensamento do fenômeno esquizofônico em Campinas-SP (... 1990)
Radio, music production and urban space: formation and growing of the squizophonic phenomenal in Campinas-SP (... 1990)

Cristiano Nunes Alves

funcionou também, por algum tempo, a Rádio Cultura (Rádio Publicidade e Cultura) fundada em março de 1953, que em dois anos adquiriu a sua própria sede no Edifício Prudência na Rua Benjamin Constant Uma das primeiras a transmitir em FM no interior paulista(DIÁRIO DO POVO, 14 de julho de 1971).
            Ressaltamos que a época de ouro do rádio nacionalse restringiu à década de 1940, pois com a chegada da TV na década posterior e uma lucratividade menor em virtude da concorrência, seus proprietários deixaram de investir em pessoal técnico e artístico; trocar os astros e estrelas por discos e fitas gravadas, as novelas pelas notícias e as brincadeiras de auditório pelos serviços de utilidade pública(ORTRIWANO, 1985, p.21). A F. Magnoni e outros (1999) apontam algumas mudanças no circuito de produção radiofônica desde então, em virtude desse processo: surgimento de comunicadores populistas, desarticulação dos departamentos comerciais, piora da profissionalização, modernização precária da estrutura física e o quase que desaparecimento da produção artística das emissoras. Os autores lembram que em face de concorrência com a TV, a partir da década de 1950, o rádio se transformou em um meio de informação, direcionado, sobretudo às camadas populares urbanas.
            Mesmo com sua relativa precarização, durante os anos 1950 o circuito de radiodifusão havia ampliado a sua relação com os circuitos culturais das cidades, por meio de eventos locais ou regionais como o Campeonato Estadual de Bandas, organizado pela Rádio Record a partir de 1956, entre outros:
 
À medida que a prática dos concursos de bandas ganhou ênfase, principalmente com o campeonato da Rádio Record, ocorreu um aumento gradual do nível técnico das bandas que esforçavam-se para a obtenção de prêmios (LIMA, 2000, p.87).
 
 
 
            Enquanto isso, ao encontro do circuito de rádio, a produção fonográfica se refinava. De acordo com E. Vicente (1996, p.22) disseminava-se por toda a indústria fonográfica nos anos 1950 um grande sistema de gravação, que possibilitava adicionar camadas ao som por meio do splice ou colagem das fitas de gravação, técnica que impulsionaria a corrida por alta fidelidade. Até aquele momento se desenvolveram as seguintes técnicas: 1) gravação em estúdios acusticamente secos; 2) uso de numerosos microfones isolados para maximizar