Cidade e futebol: um acontecimento político nos escritos em Cuiabá


resumo resumo

Ana Di Renzo
Ana Luiza Artiaga R. da Motta



interditando sentidos e espaços, e escriturando a cidade em mudanças. E como tal, abrem-se para a interpretação, jogam com o interlocutor, mobilizam-no ao se dar a ler a cidade.

A leitura é em si um acontecimento em que a língua se transforma e as significações são abaladas; as relações entre palavras, entre frases, se modificam; os mesmos segmentos lidos novamente trazem novos sentidos (NUNES, 1994, p.16).

 

A noção de leitura discutida por Nunes (op.cit.) pressupõe o movimento, o funcionamento da língua. Para Orlandi (1999), a leitura tem suas condições próprias, daí que os sentidos estão inerentes às condições da própria leitura, do sujeito. Dito de outro modo, “sujeitos e sentidos são elementos de um mesmo processo de significação” (p.10). Isto permite depreender que não se pode pensar que a leitura seja única, que há transparência no/do texto e que este dirige a leitura. Conforme Orlandi (idem), a leitura tem a ver com a historicidade “em que o simbólico (linguístico) e o imaginário (ideológico) se juntam – que constitui as condições de produção da leitura” (p.11).

De modo que ler a placa consiste em entender que sentidos atravessam a textura da placa que sinaliza a cidade. Novamente remetemos a Orlandi (op.cit.), que pontua, “saber ler é saber o que o texto diz e o que ele não diz mas o constitui significamente (p.11). Ou seja, ler requer indagações. Assim, ao escrever na textura da cidade em placas e ou outra manifestação de linguagem como tarjas, pinturas entre outros, requer que reiteremos a instância ideológica, a materialidade simbólica. Vejamos o que segue.

 

Figura 5