O discurso na rede eletrônica e o Google: o movimento LGBT em destaque


resumo resumo

Gustavo Grandini Bastos
Dantielli Assumpção Garcia
Lucília Maria Abrahão e Sousa



relação com esses sujeitos LGBT e que tenham relevância para que a mudança técnica ocorra. Como no trabalho do mágico, para que a mudança aconteça, é necessário ter acesso às palavras certas para que o truque funcione, mas, nesse caso, a magia só foi visível por um tempo determinado.

Com as Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs), os sujeitos estabelecem novas formas de relações com a produção de discursos e sentidos. Em seus movimentos pela rede eletrônica, o sujeito inscreve sentidos, realizando interpretações durante todo o seu processo de navegação, já que não há como escapar da sina de interpretar, ela faz parte das necessidades do sujeito e, no processo de significar, o sujeito constitui-se (ORLANDI, 2007). Entendemos que, a cada vez que o sujeito passeia pelos espaços discursivos da rede eletrônica, existem singularidades nesse processo, com gestos distintos e peculiares, envolvendo sentidos sempre passíveis de serem outros. Esse processo não é diferente em relação ao Google, já que os resultados procurados (sempre) podem ser outros, o que antes estava disponível deixa de ser acessível ou muda de formato, como no corpus analisado, em que a estrutura da página afeta os gestos de busca por informações ou como ocorre nos momentos em que o sujeito realiza a mesma pesquisa em máquinas distintas (FARIA, 2012).

Destacamos que a navegação na rede eletrônica é algo singular, marcada pela impossibilidade do sujeito tudo acessar (arquivos, documentos, links, etc.), apesar de tal ilusão ter sido legitimada nos discursos da/sobre os espaços discursivos da internet. As condições sócio-históricas envolvidas nesse processo nunca são idênticas, assim como o sujeito sempre ocupa outras posições discursivas quando se aventura pelas teias ali existentes (ROMÃO, 2004). Do mesmo modo, a atualização constante de conteúdos, a retirada de material da rede e a mudança de equipamento desvelam outros resultados em buscas empreendidas pelos sujeitos-navegadores.

No caso analisado, não temos mais acesso as condições para mudança da barra de pesquisa, pois o período para que a alteração fosse realizada já passou, faz parte da memória sobre o buscador, mas não é mais acessível. A execução dos procedimentos para que a mudança da barra de pesquisa aconteça não produz mais resultados, porque estamos em outro contexto sócio-histórico, envolvendo outras condições de produção, que não são mais aquelas. O que persiste é a memória desse acontecimento, algo que está arquivado em infinitas outras páginas, nas quais temos o já-lá, os discursos que inscrevem o apoio do Google aos homossexuais.