Cidade e futebol: um acontecimento político nos escritos em Cuiabá


resumo resumo

Ana Di Renzo
Ana Luiza Artiaga R. da Motta



Pêcheux (1995) nos faz pensar, pelo discurso, que as relações são relações de poder. Esse autor nos faz compreender que, no discurso, o histórico, o social e o ideológico movimentam sentidos. Porém, pelo processo de naturalização da língua/linguagem apagam-se os efeitos ideológicos que atravessam o discurso e que tornam opaco o dizer, o lugar em que subjaz o poder.

Barthes (1978) dirá que “o poder está emboscado em todo e qualquer discurso, mesmo quando parte de um lugar fora do poder” (p.10). Em continuidade diz que o poder não é um objeto exemplarmente político, mas é, necessariamente, um objeto ideológico e de resistência. Aponta que:

 

A razão dessa resistência e dessa ubiquidade é que o poder é o parasita de um organismo trans-social, ligado à história inteira do homem, e não somente à sua história política, histórica. Esse objeto em que se inscreve o poder, desde toda eternidade humana, é: a linguagem – ou, para ser mais preciso, sua expressão obrigatória: a língua (BARTHES, 1978, p.12).

 

Barthes (op.cit.) expõe o poder que reside na língua. Pêcheux (1995) diz que não se tem discurso sem sujeito nem sujeito sem ideologia e que se tem acesso à ideologia pela materialidade específica do discurso e que a materialidade específica do discurso é a língua. Assim, a materialidade da língua constitui o lugar em que se tem acesso ao funcionamento da linguagem, o jogo que lhe é passível. Vejamos os escritos.

 

Figura 3