Relacão sujeito indígena/cidade: Análises para a construção de um objeto de pesquisa


resumo resumo

Águeda Aparecida da Cruz Borges



Xavante”, na fachada que nomeia uma autoescola “Auto Escola Xavante” e, propriamente, na presença viva, frequente, desses sujeitos que se movimentam pela cidade.

A experiência de vida urbana fica inscrita, no próprio corpo daquele que a experimenta e, dessa forma, também o define, mesmo que inconscientemente. O corpo material de linguagem, social e simbólico produz sentidos e é significado em processos complexos que dizem respeito à identificação, subjetivação, à história, à espacialização.

Significa, ainda, na relação com a escolha do objeto, a leitura que fiz do texto “Selva de Pedra”, de Pereira (2007 p. 40-49), que apresenta alguns dados interessantes. De início, a autora anuncia Sem perder a identidade, índios trocam a aldeia pela cidade e aderem à modernidade tecnológica. Em outros pontos da escrita, ela aborda a presença dos povos indígenas nas cidades, na relação com a ausência deles no imaginário, principalmente, dos jovens. Apoiando-se em dados do IBGE, a autora registra que existem no Brasil 703 mil índios e que 52% dessa população, autodeclarada, moram em cidades. Segue “evidenciando” a forte relação entre cidade, indígenas e meios de comunicação, como internet e demais tecnologias.

Em uma escola do interior do estado da Bahia, uma professora promoveu um debate com alunos de idade entre 15 e 17 anos e o resultado, exposto na sequência discursiva abaixo, identificada por (Y), encontra os discursos que enredam o Xavante em Barra do Garças, de acordo com os materiais que analisei: entrevistas realizadas com sujeitos barra-garcenses ou moradores da cidade, identificados por (P) acompanhados dos numerais arábicos 1, 2, 3..., com acadêmicos (as) de diversos cursos do, na época, “Campus” Universitário do Araguaia-MT, de Barra do Garças, desde o ano de 2007, identificados por (A), também acompanhados dos numerais arábicos 1, 2, 3...que podem se repetir quando necessário. O mesmo procedimento será utilizado para identificar  notícias sobre acontecimentos que envolvem os Xavante na cidade, publicadas no Jornal Online Olhar Direto (J) e respectivos comentários (C) e notícias seguidas de comentários de internautas da rede Índios Online.  Vejamos o Recorte 1:

 

Recorte 1

 

(Y)-Durante o debate em sala e em avaliação oral, o comentário predominante: Índio que mora em cidade não é índio!. Segundo o grupo o que eles pensavam sobre os povos indígenas não correspondia ao texto trabalhado, o que trouxe a superfície outro preconceito que está ligado à idéia