O discurso na rede eletrônica e o Google: o movimento LGBT em destaque


resumo resumo

Gustavo Grandini Bastos
Dantielli Assumpção Garcia
Lucília Maria Abrahão e Sousa



A produção dos sentidos é afetada pela posição discursiva ocupada pelo sujeito, já que a palavra, em diferentes contextos e inscrita por sujeitos em posições discursivas distintas, pode acarretar a inscrição de sentido(s) outro(s). A FD pode ser compreendida como o que, em um dado contexto sócio-histórico, define o que pode e deve ser dito. O sentido é afetado por meio da inscrição do discurso em uma determinada FD e não em outra(s), o que interfere na forma como o(s) sentido(s) são produzido(s). Por meio do entendimento da noção de FD, é possível compreender que o sentido não se encontra colado à determinada palavra, todavia, que o sentido deriva da FD a qual o sujeito está filiado (ORLANDI, 2007). Como exemplo, registramos a ocorrência de casos em que determinada situação discursiva possui sentidos distintos para diferentes sujeitos. O beijo, exemplificando, entre pessoas do mesmo sexo em uma manifestação de rua produz leituras discordantes entre o ativista homossexual e o homofóbico.

O discurso não é produzido de forma automática, sempre há a relação com a memória discursiva, com os discursos anteriores para que seja possível dizer (PÊCHEUX, 1997). Desse modo, a FD interfere no que pode ser dito em dada posição discursiva ocupada pelo sujeito, resultando em determinadas inscrições discursivas. O jogo entre dizer e silenciar é organizado pelos movimentos da FD e da memória discursiva, visto que é pela repetição que se torna possível o entendimento da relação entre determinado sentido e a formação discursiva na qual o enunciado e/ou o sujeito estão inscritos. Por isso, é que temos o estranhamento a determinados discursos em determinados momentos ou quando inscritos por sujeitos que ocupem determinadas posições (INDURSKY, 2011). Nesses termos, é preciso reforçar que o sentido possui relação com determinada FD, o que resulta na produção de diferentes sentidos dependendo de qual formação ele esteja inserido. O sentido é observado nas relações que são estabelecidas no interior de uma mesma FD. Por isso, o sujeito não determina o sentido de suas palavras, visto que ele está relacionado com a FD em que o sujeito se inscreve para dizer (INDURSKY, 1997). A constituição da memória discursiva é marcada pela relação entre o diferente (polissemia) e o mesmo (paráfrase), provocando tensão nas relações que envolvem a linguagem (ORLANDI, 2007), visto que não existem limites definidos separando a paráfrase e a polissemia.

A paráfrase é compreendida como a volta ao mesmo, por meio de distintas formas de inscrição, nas quais ocorre a retomada de dizeres já sedimentados, trabalhando com a repetição do que produz efeitos na memória e permite a