Jogos dos povos indígenas: Da aldeia para cidade e as representações urbanas


resumo resumo

Maria Beatriz Rocha Ferreira
Vera Regina Toledo Camargo



Contrapondo com a filosofia, o locutor do evento, os jornais que estampam a disputa e a televisão que transmitem, todos incentivam a competição. As pessoas são estimuladas a torcerem por uma equipe ou outra, mesmo sem enxergar bem as demonstrações de arco, flecha ou outras atividades, mas pelo incentivo do locutor clamando por torcida. Para romper com esse espírito é preciso um esforço de todas as pessoas envolvidas no processo para se atualizarem constantemente e estabelecerem novas formas de diálogos e construções sociais. Afinal será que o cenário dos jogos é mais uma ação para presentificar a cultura indígena na sociedade mais ampla?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                Imagem 3: Índios da etnia Terena, preparando-se para a dança do avestruz, Vazquez, 2007

 

As implicações do lema "o importante é celebrar e não competir" leva a diferentes concepções organizacionais. Por exemplo, as regras dos jogos podem ser mudadas para se aproximarem da vida cotidiana, da caça, da pesca, e sujeitas a decisões do momento, nem sempre racionais. Esse tipo de pensamento é difícil de ser entendido no mundo dos esportes, onde as regras são estabelecidas a priori, sob a autoridade de federações e confederações.