O discurso na rede eletrônica e o Google: o movimento LGBT em destaque


resumo resumo

Gustavo Grandini Bastos
Dantielli Assumpção Garcia
Lucília Maria Abrahão e Sousa



efetuarmos nossas análises e refletirmos sobre as mudanças que ocorreram no funcionamento da página após a votação favorável aos LGBT nos EUA, trabalharemos com as noções conceituais de formação discursiva (FD), memória discursiva, paráfrase e polissemia. Compreendemos que o bojo teórico da AD fornece condições para pensarmos como a tecnologia interfere na relação dos sujeitos com os discursos, as informações e a rede eletrônica, na qual existe o ideal de acesso total a todos e a tudo. Algo da ordem do ilusório, mas que é periodicamente retomado nos discursos sobre a rede (GALLI, 2008), chama a atenção. A globalização e o discurso de que o mundo é um lugar único e plenamente integrado ganha força na contemporaneidade, como se todos tivessem acesso aos mesmos mecanismos de contato com essa enorme rede internacional. Essa naturalização da conexão total não ocorre e a AD busca questionar esse sentido em circulação que pretensamente (o)corre no mundo.

A modificação da página do Google é marcada pelo político, pela filiação a determinados sentidos e não a outros, nos quais o preconceito contra os LGBT e o não respeito aos direitos humanos são vistos com estranhamento. A ideologia, entendida na perspectiva discursiva como um mecanismo de produção de evidências, que nos diz como as coisas são e como não são (PÊCHEUX, 1997), aponta para o funcionamento do discurso e a inscrição dos sentidos no espaço da rede eletrônica. Dessa maneira, não é qualquer evento, de qualquer lugar, que é comemorado no ciberespaço, mas o relativo às mudanças ocorridas no país mais rico do mundo e do qual o Google faz parte. Outro efeito que nos chama a atenção é o de (a)parecer natural o enlace entre as diferentes regiões do mundo. Isto marca o entendimento de que vivemos unidos, em um mesmo mundo, no qual a tecnologia proporcionaria a plena integração entre os mais variados e distintos sujeitos. Na rede, o acesso aos discursos seria o mesmo para todos, ou seja, é como se todos os sujeitos tivessem acesso aos mesmos arquivos e às mesmas regiões de memória, desconsiderando que não são todos os sujeitos que têm acesso a elas.

O sujeito, ao ocupar determinada posição discursiva, possui condições de relacionar-se com os discursos e inscrever sentidos sobre tudo o que o cerca, lidando com os pré-construídos, com dizeres anteriores, inscritos em outros enunciados e situações, podendo formular interpretações, inscrever sentidos e estabelecer elos com os outros sujeitos (PÊCHEUX, 2010). Nesse processo, parece evidente que associar as cores do arco-íris, como fez o Google, permite estabelecer relações com o movimento