intempéries do tempo (como as marquises dos prédios, um viaduto ou o coreto de uma praça), como “dormitórios”; as fontes de água, como “banheiras” e, quando esvaziadas para impedi-lo, como abrigos, função que acaba sendo também reprimida pela freqüente instalação de sensores eletrônicos ou de cercas na tentativa (nem sempre bem sucedida) de bloquear o acesso, como observamos numa das praças analisadas (a Praça Júlio de Mesquita):
Imagem 3 |
Imagem 4 |
Imagem 5[1] |
De outro lado, as disputas sociais que caracterizam esse espaço, descritas anteriormente (no item 3.1.), podem ser reorganizadas sob esse prisma, pois é possível dizer que elas respondem ao choque com normas de sociabilidade fundadas nos sentidos do público e do privado, que havíamos apontado. Na análise das entrevistas que conformam nosso corpus, podemos ler que os personagens “conflitivos” são aqueles identificados, de um lado, à incursão do domínio privado no domínio público e às conseqüências que isso provoca na configuração material e humana do espaço:
Na direção oposta, temos os personagens que representam uma intrusão no domínio privado que põe em suspense a questão econômica da propriedade associada a esse domínio:
[1] Imagem reproduzida a partir de Okamura 2004.
[2] O que não era o caso na cultura grega da Antigüidade.