Movimentos da contemporaneidade: a rua, as redes e seus desencontros


resumo resumo

Cristiane Dias
Marcos Aurélio Barbai
Greciely Cristina da Costa



Esses dois registros recortam a memória de um modo muito particular: nós somos acostumados a ver a polícia averiguar jovens que estão impedidos simbolicamente e financeiramente de entrar em um Shopping Center. Há uma fronteira que delimita e determina quem pode ou não ali entrar. Há um código de conduta e de vestimenta para ali estar. Os jovens, ao proporem um encontro no shopping, via rede social (há a ilusão, força e injunção de que todos podem aludir ao convite) desafiam a ordem que homogeiniza os espaços e os arranjos da organização urbana. Essas duas imagens são um flagrante da força no espaço: a segurança como uma tecnologia de gerenciamento e jurisdição humana. A dimensão da existência social da juventude, a sua proteção, o direito ao lazer está, ali, completamente apagada e denegada. O que se tem são objetos humanos legislados.

O que deveria ser um passeio no Shopping Center, única forma de lazer de toda uma região da cidade de São Paulo, sobretudo para os jovens, toma o contorno de ameaças ao bem privado.

Nesse nosso tempo, nós temos enquanto sociedade nos tornado expert em desvalorizar a imagem das pessoas - e não estamos falando aqui no selfie (o mote atual da rede que consiste em publicar a imagem de si) de que jocosamente rimos. De fato, temos uma ferramenta histórica de humor: a caricatura, isto é, um desenho de uma personagem da vida real, cujo objetivo é apresentar a pessoa em perspectiva cômica, irônica satirizando seus hábitos e costumes. Assim, apresentamos no recorte que se segue a caricatura do jovem praticante do rolezinho – e, não menos importante para o processo de significação, morador das áreas periféricas dos grandes centros urbanos. Vejamos: