Quero chamar a atenção para o fotograma acima.O rosto encapuzado e a mão armadaimobilizamos sentidoseafirmama posição-bandido,focalizandonosso olharnos gestos do sujeito efazendoapologia àvida.É muito significativo que a saída encontrada pelos jovens tenhaficado atualizadapela memória estabilizada da dicotomiabandido/vítima, na qual ressoa a dicotomia bandido/pessoa de bem, que na sequência nos traz a dicotomia pobre/rico.O pobre deixa de ser um bandido em potencial para se tornar bandido de fato.Acontradição que constitui essas relações fica silenciada eomorroficareiterado como lugar de bandido. Acenaacima, tantas vezes visualizada em situações nas quais há “reféns” e “bandidos”, é uma cena limite, prototípica da falência das negociações, na qual a última cartada se dá pelo argumento da vida.
EmEra uma vez...oconjunto de contingênciasinjustas significa o social no silenciamento das determinações históricas.São contingências da vida do sujeito, o que traz o foco da discussão do social para o indivíduo.A polissemiada cidade, domorro,da violênciafica contida na previsibilidade das interpretaçõesque as dicotomias determinam.Servítima de contingênciasé uma questão que reafirma o sujeito dissociado do social. A própria vitimização já é um sintoma do viés subjetivista.
Em torno do sujeito e do subjetivismo
O investimento na vida das personagens buscando as contingências, num percurso de humanização que acolhe emoções,é uma abordagem quereitera asdicotomias estabilizadoras, emborase proponha acolocar em pauta as fragilidadesdas relaçõessociais.