Memória e movimento no espaço da cidade: Para uma abordagem discursiva das ambiências urbanas


resumo resumo

Carolina Rodríguez-Alcalá



 

       
 
   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1. Praça da República; 2. Largo do Arouche; 3. Praça Julio Mesquita; 4. Av. Vieira de Carvalho.

 

Devemos lembrar aqui que, desde sua fundação, em 1554, com a fundação do Colégio dos jesuítas, até a primeira metade do século XIX, o espaço ocupado pela cidade de São Paulo, que não passava de uma pequena vila, esteve confinado ao centro histórico. A cidade assistiria, a partir das décadas de 1870-1880, a um crescimento urbano vertiginoso, para o qual contribuíram de maneira decisiva os movimentos massivos de imigração provenientes de países europeus e asiáticos, que se juntaram ao fenômeno das crescentes migrações internas em direção à capital paulista. Entre 1872 e 1907, a população de São Paulo aumentou aproximadamente 1.000%, passando de 31.385 a 286.000 habitantes; ao longo do século XX, esse processo se acentuaria, fazendo com que a população da cidade chegasse aos 12.964.785 de habitantes com que conta hoje, número que ascende a mais de 20 milhões se considerada a região metropolitana, principal pólo industrial do país, o que a torna a cidade mais populosa do Brasil e a terceira do mundo, depois de Tóquio e da Cidade do México[1].

O centro histórico foi durante certo período o local de residência da alta burguesia paulistana e era ocupado por grandes mansões e edifícios, construídos principalmente nas décadas de 1940 e 1950, lojas, hotéis e restaurantes de luxo. Posteriormente a região passou por um processo de “decadência”, identificada à

 

[1] Os dados são do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000.