perigoso.Aantecipaçãose faz implacávelea prisão é aconsequênciaprevisível que testemunha a absoluta não-escutaentre posiçõesestabilizadas na dicotomia.
Orevólver em foco, na mão de bandidos e vítimas,metaforiza metonimicamente[3]a violênciadessa sociedade dividida. Diferentes sentidos para a violência se condensam no gesto de empunhar a arma,dependendo da mão que o segura, mas essa leitura fica barrada emEra uma vez...e reforça uma interpretação inequívoca da violência como ameaça à vida.Este ponto nos leva para uma das cenas finais do filme.
“Eles vão me matar, Nina. Eles vão me matar ou aqui ou na cadeia. Eu não sou bandido.”
Esta fala antecede a cena acimafotogramada. Por um conjunto de contingências injustas, Dé é acusado de ter sequestrado Nina, quando na verdade ele a salvou.Os dois jovens, tentando voltar pra casa de Nina, são surpreendidos porum forte esquema de segurança montado em frente à casa da garota.Ao avistarem os jovens, os policiais interpretam que Dé ainda mantém Nina como refém eos perseguem. Os doisjovensse refugiam no quiosque no qual Dé trabalha, em frente ao apartamento onde mora Nina.Oaparato policial cerca o local, exigindo que Dé liberte a garota.Dé está tomado pelo medo de sair e Nina tenta convencê-lo de que tudo vai dar certo. Nesse momento tem lugar a fala acima destacada:“Eles vão me matar, Nina. Eles vão me matar ou aqui ou na cadeia. Eu não sou bandido.”Na cena seguinte vemosas janelas do quiosquese abrirem e os dois jovens nas posições a eles imputadas:de refém e sequestrador, de vítima e bandido.Dé é morto por um tiro certeiro de um policial e Nina acaba também sendo morta, depois de começar a atirar contra os policiais, tomada pelo desespero e pela revolta de ver Dé morto.