A expansão urbana de Americana e a questão regional


resumo resumo

Geise Brizotti Pasquotto
Paula Francisca F. da Silva
Luana de Souza e Sousa
Viviane Garcia
Mariana Scarpinatte M. da Silva



A análise dos indicadores socioeconômicos do município de Americana, comparada com os de outras cidades da Região Metropolitana de Campinas, demonstrou a importância econômica do município para a região. Neste período, considerado o auge da produção têxtil da região, Pires e Santos (2002, p. 68) afirmam que “a população de Americana se duplica, passando de 66 mil para 122 mil habitantes; Nova Odessa e Santa Bárbara crescem 2,5 vezes, passando de 8 mil para 21 mil e de 31 mil para 76 mil habitantes, respectivamente”. Americana destaca-se como a segunda maior população da RMC, sendo Campinas a primeira com 375 mil.

Para Negri (1996, p. 139) o crescimento não contínuo do município desencadeou um “caos urbano”, com o crescimento desordenado, a poluição, a deseconomia de aglomerações, em consequência da concentração populacional.

O acelerado desenvolvimento urbano e industrial gerou problemas sociais e econômicos que repercutiram diretamente sobre a população na época, afetando principalmente a qualidade de vida urbana. Pode-se dizer, portanto, que existe um limite para o desenvolvimento saudável da cidade; no entanto, quando extrapolado, graças aos bons fluxos econômicos existentes, o desenvolvimento fica comprometido, em razão das influências negativas dos problemas gerados pelo excesso de concentração populacional decorrente da expansão urbano-industrial (TRENTIN, 2008, p. 52).

Com base nesse crescimento, nos anos 1970, inicia-se a regulamentação de uso e ocupação por meio do zoneamento na cidade, sendo estabelecida a regra de que as zonas deveriam ser de baixo gabarito. Juntamente iniciam-se as definições, as medidas dos lotes, a distribuição dos bairros, os usos, os gabaritos, a altura de muros, as vagas de garagem. Nesse contexto, foi criado o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Americana.

A partir principalmente desta década, Americana, assim como diversos outros municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), pode ser percebida em um processo de dispersão urbana regional. Segundo Reis (2006), este processo ocorreu principalmente como resultado da descentralização industrial e também por haver uma grande mobilidade populacional. O tecido urbano foi caracterizado no processo de dispersão por haver um “esgarçamento crescente do tecido dos principais núcleos urbanos, em suas áreas periféricas” e estes núcleos urbanos, entremeados por vazios, conectam-se entre si. O município de Americana, vinculado principalmente ao setor têxtil, cujo auge se deu entre as décadas de 1960-1980, influenciou diretamente na configuração do desenho urbano do município.

A malha urbana neste período repete o processo radial anterior, porém mais periférico e descolado da malha urbana consolidada. Destaca-se também a ocupação entre a Anhanguera e a Represa do Salto Grande, porém com o crescimento desse processo (Figura 5, p. 144).