Já walmor corrêa criara uma fórmula. Não para produzir mais ciência, mas para “renegociar a própria ideia do que é, ou não, científico”
[7]. A fórmula do artista consistia em provar cientificamente que não há como lavar, limpar e salvar o mundo da poeira e da loucura, antes é preciso afirmar o seu excesso. Trabalhando como um investigador, pilhava e “hackeava” os Dados e Ferramentas científicos, capturando seus códigos, e dava vida aos mitos nas Pranchas Anatómicas. Lá estavam sereias e sucupiras estendidas e dissecadas num detalhamento obsessivo. Escrita sentia-se atraída por esse Procedimento que desejava a invasão, o arrombamento. Fantasia, lenda, imaginação que invade a Escrita científica e transgride os princípios das ciências: observação, registro e catalogação. Fazendo com que a linguagem científica, linguagem dita do real, crie um ato de fabulação e gagueje desde dentro. Figuras fictícias com órgãos, músculos, ossos e vísceras aparentes, em desenhos que utilizam a plástica taxonômica realista da História Natural. Provocando
desentendimentos e estragos. Seres que desconheceriam suas impossibilidades, sejam elas determinadas pelas ciências ou pelos mitos
[8].