“Você gosta de livro?”
Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não-palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente.
(LISPECTOR, 2004, p. 181)
O que salva então é ler distraidamente... O que salva então é ensinar distraidamente... O que salva então é aprender distraidamente...
– Ô, ô, mãe! O coco do moço mãe! Fecha esse livro, mãe! Depois de velha resolveu aprender a ler.
– Às vezes, é bom.
– Bom pra que, Zaqueu!?