Não se afobe, não
Que nada é pra já O amor não tem pressa Ele pode esperar em silêncio Num fundo de armário Na posta-restante Milênios, milênios No ar
E quem sabe, então
O Rio será Alguma cidade submersa Os escafandristas virão Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
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Sábios em vão
Tentarão decifrar O eco de antigas palavras Fragmentos de cartas, poemas Mentiras, retratos Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já Amores serão sempre amáveis Futuros amantes, quiçá Se amarão sem saber Com o amor que eu um dia Deixei pra você
Canção “Futuros amantes”,
de Chico Buarque, 1993.
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