favela

Eduardo Guimarães

A história da utilização dos espaços chamados urbanos no Brasil é longa. Um eixo que pode orientar essa compreensão pode ser uma distinção entre centro e periferia. O que favela vai referir e significar nesta história se articula ao sentido de periferia. Aquilo que não se significa como centro, no sentido de ser a região da cidade mais importante, mais relevante, mais valorizada, etc. Neste sentido a favela é um aglomerado urbano específico tomado como periferia das cidades e na qual vivem pessoas de classes sociais mais pobres. Por outro lado, podemos ver com freqüência expressões como os barracos desta favela. Isto coloca no processo de identificação destes aglomerados urbanos (que poderiam do ponto de vista físico ser chamados de bairros, mas não são) que uma favela tem habitações construídas de modo tosco, com materiais impróprios ou pouco resistentes, sem conforto, etc.

Na história de sentidos desta palavra pode-se obeservar que ela, por seu sentido negativo, começa a ser substituída por outros nomes. Entre estes nomes está o de comunidade. Deste modo esta palavra, ao se apresentar numa área de sinonímia com favela, passa a dar relevo às relações dos moradores, como se isto resolvesse o problema do sentido negativo absorvido pela palavra favela. Ao mesmo tempo isto significa reduzir a relação dos moradores a relações meramente de moradores, e não de habitantes e muito menos de cidadãos. Tanto que é hoje comum se poder pensar em frases como Tal ONG está fazendo um ótimo trabalho de resgate da cidadania dos moradores desta comunidade. Note-se que a substituição sinonímica de favela por comunidade em certas condições, acaba por reduzir as relações entre as pessoas que ali vivem, a relações de mera contiguidade espacial, a relações de vizinhança, quem sabe. É interessante como é comum em certos noticiários observar como ora a referência a uma certa região de uma cidade é feita pela palavra favela ora pela palavra comunidade. Quando se fala, por exemplo, de ações de um governo municipal, estadual ou federal é comum se falar que algo foi feito na comunidade. Quando se trata de crime de tráfico de drogas, por exemplo, é comum se dizer que isto se deu na favela ou no complexo de favelas. Ou seja, um conjunto de favelas não se significa como uma região da cidade, se significa como um complexo de favelas. Como para qualquer palavra, o sentido desta (favela) tem a ver com as relações que ela tem com outras, tal como aqui, entre favela, comunidade, morador, como indicado acima.
 








Palavras-chave:

município
cidade
subúrbio
moradia
periferia
cidadão
cidadania
Comunidade
Favela
bairro
invasão
cortiço
morador
habitante
casa
centro
marginal
marginalidade



Noções

cidade








Verbetes:

adaptação às mudanças climáticas
albergue
amolador
analfabetismo-alfabetização
andarilho
aprender-ensinar
aquecimento global
arruaça
arruaceiro
artista
artista de rua
assentamento
aterro sanitário
auxílio moradia
bairro
bairro-educador
bairro-escola
benevolo, leonardo (1923-)
bicicletário
bicicletário (foto)
bifobia
bilhete único
bonde (foto)
buzinaço
calçada
calçadão
camelô
cão e urbanidade
cartilha
casa
casa e corrida (foto)
catador
censo
centro
centro de estudos da metrópole
centro, revitalização (foto)
ciber
ciberbullying
cibercondria
cibercultura
ciclista, ciclofaixa (foto)
cidad-e
cidadania
cidadão
cidade
cidade dormitório
cidade escola
cidade global
cidade-alfa
cisgênero
coletivo
comércio ilegal
comunidade
comunidade
condomínio
condomínio de luxo
condomínio fechado
condomínio horizontal
congestionamento (foto)
container de lixo (foto)
contrabando
conurbação
corpografia
corrupção
cortiço
crime
crônica urbana
cultura e espaço
denúncia
denuncismo
desastre natural
disciplina
domicílio
droga
elevado
enchente
escola
escola de samba
espoliação urbana
estelionato
eutopia
exclusão espacial
favela
favela
favelização
feminismo
flanelinha
fobia
forma escolar
fragmentação econômica
fragmentação espacial
fragmentação social
furto
gari
globalization and world cities research network (gawc)
guardador de carros
habitante
hídrico
história da cidade (livro)
homicídio
ignorância
inclusão espacial
instituto brasileiro de geografia e estatística (ibge)
integração (transporte)
internetês
invasão
ipcc (painel intergovernamental sobre mudanças do clima)
janelas
laboratório de estudos urbanos
lagoa
lagoa (foto)
lambe-lambe
largo
lembranças escolares
lesbofobia
lixão
lixeiras (foto)
lixeiro
lixo
lote
loteamento
machismo
malabar
mancha urbana
manifestação
marginal
marginalidade
megalópole
memória metálica
mendigo
metrópole
metrópole (foto)
metrópole e cultura
metrópole e tráfego (vídeo)
metropolização
ministério da saúde
ministério das cidades
ministério do trabalho e emprego
mitigação das mudanças climáticas
mobilidade
mocambo
monumento
moradia
morador
movimento pendular
mudança climática
mulher
município
município
muro
nômade
observatório das metrópoles
ocupação
organização mundial da saúde (oms)
organizador local
panelaço
panfleteiro
patrick geddes
pedestre
pedinte
periferia
pesquisa nacional por amostra de domicílios (pnad)
pet
pipoqueiro
pirataria
polícia
polissemia
população em situação de rua
população residente
praça
praça adotada
praça de alimentação
praça histórica (foto)
praça identitária
praça seca
praça seca (foto)
prisma faces entrelaçadas
puxadinho
região metropolitana
rodovia e região metropolitana (foto)
romeiro
roubo
rua
ruão
ruído urbano
saber urbano e linguagem
saltimbanco
santidade
saúde (na constituição)
segurança pública
sem-carro
sinaleiro
solo urbano
sorveteiro
subúrbio
telecentro
trabalho informal
tráfego (foto)
tráfico
transeunte
transfobia
transporte
transporte aquaviário
transporte ferroviário
transporte rodoviário
transporte urbano
trecheiro
utopia
vadia
vagabundo
varredor
vazio urbano
viaduto