O discurso de globalização produz seus efeitos no vocabulário citadino, com o surgimento de palavras como “cidade global”, “cidade mundial”, “capital mundial”, etc. É nessa panorama mais amplo que surge o nome cidade-alfa. Esse termo de especialidade está inserido em uma classificação das cidades globais realizada por trabalhos ligados ao Globalization and World Cities Research Network (GaWC), ligado ao Departamento de Geografia da Universidade de Loughborough, na Inglaterra.
Essa classificação distingue as cidades globais em três níveis: alfa, beta e gama, de acordo com o critério de "conectividade internacional". A cidade alfa seria a que possui o maior índice e conectividade internacional. Londres, Nova York e Tóquio são consideradas cidades-alfa. No Brasil, São Paulo é considerada cidade-alfa.
Os estudos das cidades globais trazem subsídios para se pensar as relações entre as cidades, as concexões, as redes que se formam entre elas. Ao mesmo tempo, leva a perceber os silenciamentos que se dão em relação às situações mais imediatas que envolvem as cidades, ou seja, no caso brasileiro, a relação com o município, as regiões, o Estado, e mesmo suas relações internas, já que as cidades globais como São Paulo apresentam profunda desigualdade social, com espaços característicamente globalizados, de um lado, e espaços deteriorados, de outro.
Bibliografia
GLOBALIZATION AND WORLD CITIES RESEARCH NETWORK (GaWC). Disponível em: http://www.lboro.ac.uk/gawc/index.html. Acesso em 07 de abril de 2015.
SASSEN, Saskia. The Global City. Princeton: Princeton University Press, 2001.
TAYLOR, Peter James. World city network : a global urban analysis. London : Routledge, 2004.