Prisma Faces entrelaçadas, triângulos que se recortam e se configuram em quantidade: espelho e tranparência ao mesmo tempo. O que se atravessa – rua – o (no) que se vê – vitrina: eu na figura desenhada no vidro intransparente e o ônibus atravessando a mesma figura, espelho, do outro lado, a outra cal,cada, deste lado, pela transparência da vitirna, estão roupas e bijouterias, objetos de mulher, mais atrás, o vendendor que olha, o que eu olho, de costas para o ônibus que ele vê de frente. Através Cidade. No meio da rua, carros, gentes, papéis, traços de trânsito, faixas, regras e asfalto. Canto-chão. Limite-solo. Não é o fragmentário, é o olho que se move em eu, em ônibus, em vendedor, em roupas e pessoas, e regras em muitas direções, multifacetando em ângulos, tri-ângulos, multi-formas. Prismas. Essa é a ordem do urbano. O seu real. Que despenca, na sua organização em partes, no imaginário dos fragmentos, dos cortes, das unidades que fabricam os especialistas, os profissionais do espaço, partes separadas ou misturadas, nunca juntas: povo/classe dominante; público/privado; rua-calçada-via carroçável-pedestres-motristas-prédios-condomínios. Aí trabalham os cinetistas da cidade: planejam, linearizam o Prisma, organizam, medem, calculam, tomam medidas (cautelares, administrativas, políticas). Produzem a cidade como lugar plan(ejad)o, espaço (social) urbano. Do seu lado, o povo ajuda, tomando a cargo suas responsabilidades. Amigos da escola, Amigos do Sistema, Amigos do Patrimônio, Amigos da Cidadania. Outros atrapalham: com seus corpos, com suas roupas, com seus grafismos letra-escrita-grafite, com seus sons-rap. Música/ruído;escrita/grafite; ternos-e-gravata/mulambos. Tudo lado-a-lado e não junto, contíguos mas hierarquicamente verticalizados no social. Pela análise de discurso abro as dicotomias e me volto para a desconcentração, a descontração, a descentração.