Os locais de passeio nas últimas décadas se deslocaram em grande medida para regiões mais distantes dos centros, como os shopping centers, em que se encontram as longas passarelas e as “praças de alimentação”. Com essa mudança, transformou-se também o estatuto do sujeito que passeia: ele se tornou um “caminhante consumidor”. No dicionário Aulete Digital, a praça de alimentação é defnida assim:
“Bras. Em centros comerciais (shopping centers), setor onde se concentram restaurantes, lanchonetes, sorveterias ou outros estabelecimentos que servem refeições.” (AULETE DIGITAL, 2015)
Desde que se insere em um desses espaços, o sujeito é interpelado como consumidor e se despede de sentidos que prevalecem nos espaços públicos, como o de “vida pública” e “convívio entre diferentes”. Insere-se em um espaço globalizado, homogeneizado, de repetição. Estando em uma ou outra cidade, em um ou outro país, ocorre uma certa sensação de familiaridade em meio à multidão, com as mesmas lojas em diversas partes do globo.
A localização dessas enormes construções, de arquitetura magnificente, marca um circuito de consumo, de mercado, com grandes empreendimentos, condomínios fechados, cinturões imobiliários, lojas de conveniência, pontos de acesso periférico e metropolitano, que se inserem em uma concepção da “cidade do automóvel”, com uma tendência à fuga dos centros urbanos. Além isso, a própria concepção de cidade que daí advém, ao produzir a segregação espacial, condiciona um ou outro percurso para os sujeitos.
Bibliografia
AULETE DIGITAL – O DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.aulete.com.br/ru%C3%A3o#ixzz3UbUoZwXK. Acesso em 17 de março de 2015.