O nome praça adotada não se refere a uma caracterização física. técnica ou de uso da praça, mas à sua forma de institucionalização, por meio de parcerias entre público e privado. São praças que são “adotadas” por associações de bairro, escolas, empresas, lojas, e outras instituições ou moradores. O verbo adotar marca aí uma atitude familiar, de caridade ou voluntariado.
Essas praças trazem as marcas de sentidos do privado que parcialmente se instalam no espaço público. Comumente, encontram-se placas que indicam a parceria efetuada e os grupos ou instituições envolvidos. Tal tipo de institucionalização da praça leva a algumas formas de comunitarismo, de convivência entre iguais, de formação de identidades; por outro lado, pode haver um certo estranhamento pelos frequentadores, na medida em que elas são de acesso público mas também sinalizam uma ou outra imagem empresarial ou social, com a qual nem sempre o frequentador se identifica.
As prefeituras municipais têm tomado medidas para possibilitar a adoção de praças. A manutenção delas, em parte, é de responsabilidade dos que a adotam, que realizam projetos paisagísticos, limpezas, manutenção de jardins, benefícios. Há, por outro lado, alguns abusos: por vezes, elas voltam a ficar abandonadas; outras vezes, ocorre um excesso de intervenções que realçam visões privadas, com interesses nem sempre condizentes com o do espaço público e dos frequentadores.
A implantação relativamente recente desse tipo de praça suscita questionamentos sobre sua futuridade.
Bibliografia
AULETE DIGITAL – O DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://www.aulete.com.br/ru%C3%A3o#ixzz3UbUoZwXK. Acesso em 17 de março de 2015.
NUNES, J. H. Praças Públicas na contemporaneidade: história, multidão e identidade. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, 53(2): 157-168, Jul./Dez. 2011.