Política de Línguas
Língua Nacional
É a língua
do povo de uma nação enquanto relacionada com um Estado politicamente
constituído. A língua nacional é por isso vista como
a língua oficial de um país.
Ter uma língua como própria de um país funciona como
um elemento de sua identidade política e cultural. Mas não
há correspondência direta entre uma língua nacional e
um Estado. Cada país pode ter mais de uma língua oficial em virtude de ter
na sua história e constituição povos diferentes.
A língua nacional
caracteriza-se como uma em virtude de uma relação de unidade
imaginária da língua que é atribuída à
Nação. No entanto se observamos uma língua nacional
vamos observar que no seu funcionamento global ela apresenta uma diversidade
interna muito grande. Há a língua do cotidiano que difere da
língua escrita. Há a língua de um grupo social que difere
da língua de outro grupo social Há a língua de uma região
que difere da língua de outra região. Há a língua
de um grupo profissional que difere da língua de outro grupo profissional.
No Brasil, por exemplo, há diferenças grandes entre a língua
do Centro-oeste e a do Sul, entre a do Sul e a do Sudeste, entre estas e
a língua do Nordeste ou do Norte. E mesmo dentro de uma região
podemos ver diferenças significativas. Até mesmo dentro de
uma cidade, se ela for grande, estas diferenças podem aparecer. É
nesta medida que a língua nacional aparece como uma unidade imaginária
que funciona como a garantia de que todos, o povo, tem a mesma língua.
As diferenças entre as variedades de uma língua é com
freqüência chamada de dialeto.
Esta não coincidência
entre a língua no seu funcionamento real e a unidade imaginária
da língua em geral opera a partir da identificação de
uma das variedades de língua que passa a funcionar como a língua.
Em geral é tomada como a língua a língua escrita
pelas pessoas de alta escolaridade e a língua falada também
por estas pessoas em situações formais. Esta variedade da língua
passa a funcionar assim como modelo e leva a que as outras variedades de
língua ou formas delas sejam consideradas como erradas. A noção
de erro em língua é deste modo uma noção que opera
uma hierarquização social das relações entre
variedades existentes da língua. A noção de erro é
assim uma noção constituída pelas relações
de poder envolvidas nas relações de línguas. As relações
de poder nas relações de línguas não se reduzem,
no entanto, só à noção de erro.
(E.G.)
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