Atividade comercial na Zona Norte de Natal: análise das ruas de comércio tradicional


resumo resumo

Rita de Cássia da Conceição Gomes
Soneide Moura da Costa
Joabio Alekson Cortez Costa



1. Introdução

Analisando a dinâmica urbana de Natal/RN, constata-se uma expansão das atividades terciárias na Zona Norte, decorrente da onda de investimentos para ela direcionados, sobretudo, a partir de meados da década de 1990. Até a década de 1970, a Zona Norte se constituía num espaço cuja função era de habitação, associada às políticas sociais, sendo um espaço da cidade com expressivo número de habitantes.

Tendo em vista o aumento do seu contingente populacional, essa expressiva população, associada à política de expansão do turismo rumo às praias do litoral localizadas ao norte de Natal, propiciada, principalmente pelo Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE), fizeram emergir a necessidade de implementação de equipamentos sociais – escolas, praças, hospitais, dentre outros, os quais contribuíram para uma dinamização da economia urbana, destacando então as atividades comerciais.

Desse modo, a partir dos anos 1980, e principalmente em 1990, o setor terciário ganhou pujança no referido espaço mediante a chegada de investimentos do capital privado ligado ao varejo moderno. Além disso, houve uma expansão do comércio tradicional.

Os incentivos públicos e privados voltados à Zona Norte desencadearam o surgimento de novos espaços comerciais no contexto de Natal, segundo a lógica de ocupação das vias expressas de circulação. É o caso das Avenidas Tomas Landim, Doutor João Medeiros Filho e das Fronteiras, que são, na realidade, eixos articuladores da Zona Norte a outras áreas da cidade. Nessas vias, encontram-se equipamentos comerciais do varejo moderno e de serviços, sendo o Partage Norte Shopping Natal, Supermercado Nordestão, Distribuidora Sacolão, Carrefour; além de equipamentos sociais, escolas privadas, serviços público-administrativos como a Central do Cidadão, serviços de saúde em geral como o hospital Centro Médico Zona Norte, e especializados, incluindo o Instituto do Rim.

Nas proximidades dessas avenidas, firmou-se e se desenvolveu o comércio tradicional, com lojas de pequeno porte, pouco ou nada especializadas, de atendimento marcado pelas relações de proximidade com o cliente, dando uma função nova às ruas que antes eram apenas de habitação, isto é, a função comercial; daí porque denominadas ruas comerciais, as quais mesmo não se configurando como grandes corredores de passagem, conseguem desvendar a lógica própria de reprodução socioespacial.