Esse sentido é fortemente inscrito numa memória metálica. Para Orlandi (2012, p. 16), o tempo real está ligado ao “presentismo”. “É o tempo do capitalismo, da imediatez, efeito ideológico que ao mesmo tempo constrói um sujeito livre e responsável e o significa pela irresponsabilidade”. O sentido de vandalismo atribuído aos manifestantes vem atestar esse efeito ideológicoque criminaliza e enquadra o sujeito na instituição jurídica do Estado. Por um lado, a liberdade de manifestação, tanto na rua, quanto na rede internet, por outro lado, a irresponsabilidadee criminalização do sujeito poressamesmamanifestação.
É o tempo congelado do capitalismo, “balançando ao sabor das circunstâncias. Funcionando no regime daimpressão da liberdade”, como alerta Orlandi(2012, p. 18).
Nesses des-encontros, o sujeito segue em sua busca, procurando brechas, “continua se debatendo com o real” numa sociedade da tecnologia e da informação, que se materializa em redes.
Vamos dar um rolezinho
Uma marca desse tempo, o da sociedade da tecnologia e da informação, que se materializa em redes, diz respeito às expressões e práticas da facilidade da comunicação, sobretudo nas condições de produção das redes sociais e da tecnologia móvel: vivendo o mundo em expansão e hibridamente, ou seja, no “real” e no “virtual”, ao mesmo tempo, reinventa-se o laço social, no espaço. Isso se dá, porque a rede é significada como um lugar para os encontros que acabam desafiando a lógica dos corpos seriados e ordenados no espaço. Frente à aderência do espaço experimentamos instantes devida fluida na cidade.
A nossa sociedade atual tem vivido um momento muito particular de incessante conversação mediada pela tecnologia. Dos computadores pessoais aossmartphonesconstruímos os nossos laços com o outro, produzindo uma intersecção crescente entre o mundo virtual e o mundo físico. Todo esse processoé parte daconstituição dos modos de identificaçãoindividual e também de grupodos sujeitos. As TICs (e incluímos aqui a